Em 1694 foi exterminado o Quilombo dos Palmares, um dos maiores
símbolos de resistência do mundo, que se localizava onde hoje são terras
palmarinas. À época o quilombo era temido e odiado pelos senhores de
engenho e pela Coroa Portuguesa, isso porque era lá (aqui) que se
concentravam os negros, índios e brancos refugiados dos cativeiros e
senzalas, fugidos dos açoites e pelourinhos espalhados pelos engenhos
brasileiros. A República dos Palmares chegou a reunir mais de 20 mil
quilombolas e era essa UNIÃO que fazia com que a Coroa ficasse cada vez
mais preocupada.
No quilombo as pessoas, os serem humanos, que lá
viviam, e não mais sobreviviam, eram felizes, dançavam, cantavam,
cultuavam divindades sem represálias. Com um forte arsenal e homens
vindos dos mais extremos locais do Brasil, conseguiram acabar com a
maior representação popular de todos os tempos, em 06 de fevereiro
daquele ano.
Hoje, 321 anos depois, nos reuniremos mais uma
vez, como fazemos há 4 anos, para celebrar, não comemorar, mais sim
celebrar por aqueles e aquelas que iniciaram a luta que até hoje é
necessária, pois o preconceito, a discriminação, a segregação dos negros
e negras ainda é presente e forte nos vários cantos do país e inclusive
aqui, onde outrora, já foi o palco da luta, da resistência e da ternura
de um povo que queria apenas ser livre e saborear a condição de seres
humanos.
Alguém pode se perguntar: por que realizar o ato,
respondemos que é porque ainda hoje são os negros os mais empobrecidos,
ainda hoje são os negros quem mais morrem assassinados, ainda hoje são
os negros os mais discriminados etc. Há 5 anos o Estado de Alagoas
amarga a marca de ser o Estado mais violento da nação e União dos
Palmares, contribuiu e contribui para aumentar essas estatísticas.
Por
isso estamos De Volta a Angola Janga, na tentativa de fazer desta
cidade cada vez mais o nosso lar, a nossa casa, o local da alegria.
Vamos nesta noite de 5 de fevereiro de 2015 vivenciar esse momento que
adentrará a madrugada do dia 06. A saída dos transportes será às 21h da
praça da prefeitura.
Axé
Sérgio Rogério.
Fonte União Urgente
