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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

As “munhecadas” verbais do senador Collor

O senador Collor está na área. E isso nunca acontece sem o já esperado barulho.

Leio no Cadaminuto que ele brindou seu correligionário Areski Freitas, prefeito de União dos Palmares, com adjetivos pouco recomendáveis, seguindo o estilo que o “consagrou” nas campanhas eleitorais.

“Frouxo” foi o mais brando e publicável, contam meus colegas jornalistas do citado portal. Houve mais e mais contundentes, contam-me outros expectadores e ouvintes do tal comício. Temo não poder reproduzi-los. Não só porque não fui testemunha do dito, mas também porque meço as palavras que escrevo – por respeito e dever de ofício.

As campanhas eleitorais, em regra, são virulentas e desprezíveis. Candidatos e apoiadores tentam conquistar o eleitorado com discursos que atacam a vida pessoal dos adversários, espalhando o ódio entre os seguidores dos rivais – mais até do que entre estes ((o poeta francês Paul Valery afirmou: “A guerra é um massacre de gente que não se conhece para proveito de pessoas que se conhecem, mas não se massacram”).

Parece não haver limite para os que deveriam ser exemplo na difusão de idéias, sem omitir críticas aos adversários. A contundência não há de estar na agressão pura e simples. O campo para tal é o octódromo ou similar.

Em um país – e o nosso estado, em particular – onde a violência já fez tantos estragos nas disputas políticas, insuflar as massas pode ser muito perigoso: nunca se sabe onde isso pode parar.

Collor marcou sua campanha ao governo do Estado, em 2010, com um discurso em que chamou o governador Vilela de “maior bandido de Alagoas”, arrematando com uma frase inimaginável para alguém que já foi até presidente da República. Aquela em que prometeu dar “uma munhecada no espinhaço dos bandidinhos de m…”

A plateia aplaude e ainda pede bis.

Preocupo-me, sim. Porque sempre indaguei e indagarei: quem há de julgar quem são os tais “bandidinhos”?

Blog do Ricardo Mota