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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Projeto União dos Palmares Ambiental

O Projeto União Ambiental, iniciou a campanha de arrecadação de garrafas pet para decoração natalina de 2015. Intitulado “Natal Sustentável”, o movimento incentivará o recolhimento de garrafas pet para serem utilizados como objeto de decoração na confecção de árvores, bolas, bonecas e outros. A meta é recolher 10 mil unidades e para isso haverá uma mobilização nas ruas, escolas, postos de saúde. 

Pontos de arrecadação: Posto Serra da Laje, Capotaria do Maciel, CAPS, Sede do Sindicato dos Funcionários Públicos de União dos Palmares,.

Telefone para contatos
99914-3304 claro
99356-9923 claro

Iniciamos nesta segunda dia 30 de novembro e finalizamos na sexta feira dia 04 de dezembro.   

Responsáveis pela construção: Projeto União Ambiental, Z.A trator, Sindicato dos funcionários público de União dos Palmares, Associação dos Moradores da Várzea Grande empresa cidade Sustentável.

Pedimos a colaboração de todos


Desde já agradecemos a sua participação.
 
Fonte: SINTPMUP

sábado, 28 de novembro de 2015

Palmarino Emanuel Galvão lança livro sobre a liquidez dos corpos

  BIENAL DO LIVRO. O também artista visual e professor escreve sobre sensações melodiosas provocadas pelo prazer da paixão

Logo após o lançamento de Flor atrevida, livro de estreia de Emanuel Galvão, o também artista visual e professor já começou a rabiscar o que viria a ser sua segunda obra publicada. Foi brincando com palavras, revendo tudo que já havia escrito, acrescentando e trocando tudo de lugar, feito as lavadeiras de Alagoas como sugere Graciliano Ramos, que ele fez nascer o livro Elogio ao desejo. A paixão na literatura, que o segue desde os quinze anos, se tornou um ofício. 

Escrever e ser lido é o maior desejo dele atualmente. “Esse prazer foi despertado em mim ainda na adolescência quando me apaixonei. Sim foi por amor. Eu era super tímido, não era o que se podia chamar de bonito, ainda por cima estava me assumindo deficiente físico que sou. Saber o que dizer para uma mulher, tocar-lhe o coração me fazia crer que poderia tocar todo resto”, conta Galvão. Fazer sentir é seu objetivo. Nem que seja preciso sussurrar. Para ele, dizer é apenas um detalhe. 

O lançamento oficial do livro acontece hoje. À Gazeta de Alagoas, o poeta abriu o coração sobre os tórridos amores presentes em seu recente escrito.

Gazeta. Elogio ao desejo é seu segundo livro publicado. O que você traz de novo?

Emanuel Galvão. Apesar de ser facilmente identificado como um poeta de profunda admiração pelo belo feminino, e mesmo com toda paixão escorrendo em cada página, Elogio ao desejo é um livro escrito de forma mais madura, mais nordestina, mais ousada. Achei-o mais elaborado, sem perder no entanto o lirismo.

Você faz poesia com atos corriqueiros. Como é enxergar poesia em tudo que você faz?

Sou um contador de histórias, as minhas e as dos outros, quando escrevo viro uma personagem, daí posso me colocar no lugar de qualquer pessoa, objeto ou ser, quando escrevi Do arquiteto ao Arquiteto ousei falar como Jesus receberia Oscar Niemeyer que se declarava ateu, já fui mãe, amante, sertanejo... O ser humano, as palavras, a mulher, a beleza fazem parte da matéria prima do que escrevo. Um comentário de alguém, um desabafo de amor, qualquer tipo de amor, um frase solta pode virar poesia.

Quem são?

Fotos: Braz Francisco

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

TJ determina retorno de Beto Baía à prefeitura de União

A desembargadora Elisabeth Carvalho do Nascimento determinou, nesta sexta-feira, 27, o retorno de Carlos Alberto Borba de Barros Baía, o Beto Baía (PSD), à prefeitura de União dos Palmares.

De acordo com a determinação judicial, a desembargadora alegou que não há elementos que comprovem  o afastamento do prefeito do cargo.

“(…) não vislumbro o preenchimento do requisito do art. 20, parágrafo único, da Lei nº 8.429/92, consubstanciado na necessidade do seu afastamento, uma vez que inexistem elementos contumazes que evidenciem que o agravante tenha adotado algum comportamento que venha a prejudicar a instrução do feito (…)”, disse a desembargadora em sua decisão.

Ainda segundo a decisão, as outras medidas tomadas pelo juiz da Comarca de União dos Palmares, Yulli Roter, que havia deferido tutela antecipada contra o prefeito por improbidade administrativa, estão mantidas. Entre elas, a indisponibilidade de bens dos acusados e a quebra do sigilo bancário dos envolvidos.

“Diante das considerações expostas, afasto a preliminar de violação ao princípio do promotor natural e defiro parcialmente o pedido de efeito suspensivo postulado, para tão somente determinar o retorno do agravante ao seu cargo de mandato eletivo. Oficie-se ao Juízo de primeiro grau, comunicando-lhe do inteiro teor da presente decisão e requisitando-lhe informações, a serem prestadas no prazo de 10 (dez) dias, devendo, inclusive, informar a esta relatoria se houve reforma da decisão agravada”, finaliza a desembargadora.

Entenda o caso

No mês passado, o juiz da Comarca de União dos Palmares, Yulli Roter, afastou Beto Baía do cargo de prefeito por 180 dias por improbidade administrativa. Ele estaria envolvido em um esquema de fraude na licitação que resultou um prejuízo de R$ R$ 9.432.553,74 aos cofres públicos.

Além de Beto Baía, outros gestores e empresários estão envolvidos no esquema. O grupo teria fraudado o processo de licitação, falsificado documentos e superfaturado os preços dos serviços.

Fonte: Alagoas 24 horas

Palmarino concorre ao Mister Alagoas em dezembro


No próximo dia 20 de dezembro, o palmarino Jhon Ewerton Lins da Silva, 17 anos, estará concorrendo ao Mister Comerciário Alagoas, no Salão Nobre do Radisson Hotel Maceió. 

O evento é o maior da beleza do Estado de Alagoas e pretende revelar novos talentos para o mundo da moda e da publicidade. "Sou bastante vaidoso. Gosto de todo o meu corpo", disse Jhon em conversa com o blog nesta quinta-feira. Para ele, participar do concurso vai dá visibilidade a carreira de modelo.

"Pretendo ganhar e participar de muitos eventos", disse. Estudante do ensino médio da Escola Estadual Monsenhor Clóvis Duarte, Jhon conta com o apoio da família e da namorada Letícia Rosália. 

Enquanto não chega o dia do evento, Jhon continua os ensaios em Maceió e buscar patrocinadores. "Eu mesmo estou vendendo os individuais que custam 25 reais com direito ao transporte de ida e volta", contou. 

Os interessados podem entrar em contato com Jhon Ewerton através do celular (82) 99363-8110 ou pela rede social Facebook Jhon Lins. "A todos que possam me ajudar, meu muito obrigado", disse Jhon, esperançoso.

Boa sorte conterrâneo!

O palmarino com as celebridades

 O palmarino Elison Espindola ao lado da namorada Sidléia Vasconcelos, com os cantores sertanejos Zezé de Camargo e Luciano no show no Pão de Açúcar...

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Uma conversa bastante proveitosa

Semana passada, tive uma conversa reservada, franca, aberta, dentro do maior respeito e cordialidade com o novo prefeito de União dos Palmares, o agro-pecuarista Eduardo Pedrosa. 

Aqueles que me conhecem sabem que tenho pautado toda a minha vida na honestidade, seriedade, ética profissional e humildade, por isso não poderia jamais fugir de meus princípios.

Eduardo me fez uma pergunta, e eu disse na oportunidade que se fosse para dizer o que ele queria ouvir, estava diante da pessoa errada. Sempre fui sincero comigo mesmo e jamais poderia trair meus conhecimentos políticos e, principalmente minha consciência. Falei ao prefeito o que pensava em relação à escolha de seus assessores e sobre seu início  de administração.   

Pedrosa me falou que gosta de pessoas assim, porque não aceita mentiras e se alguém falar somente para lhe agradar, esse não fará parte de seu governo; assim espero!

Faço minhas  as palavras do prefeito. Não nasci para agradar a ninguém com mentiras e falcatruas, sou imperfeito, assim como todos, porque perfeição só em Jesus Cristo, porém, faço todo o esforço possível para buscar sempre os acertos mesmo que possa me causar danos irreparáveis.

Disse ao chefe do executivo palmarino que, quando qualquer secretário ou assessor usar de artimanhas para lhe agradar e começar a esconder a verdade sobre a administração, é hora de afasta-lo, porque esses que assim agem não têm caráter, não têm postura, não têm conhecimento, não têm respeito, não são amigos, querem única e exclusivamente agradar para garantir o emprego na prefeitura. Se o povo estiver reclamando de determinado problema que por ventura esteja ocorrendo na cidade, e o assessor disser que está tudo bem, pode afasta-lo, porque esse não serve.

Na ocasião, Eduardo me perguntou como eu observava esse primeiro mês de governo e como eu avaliava a escolha de seus assessores. Fui franco, direto e objetivo: Eduardo, perfeição só em Cristo. Com isso, evidentemente que já tinha respondido parte de sua pergunta.

Em relação aos secretários é bem verdade que alguns nomes me causaram surpresa, não só a mim, mas grande parte da população e, sobretudo, do mundo político, porque não possuem condições profissionais para exercer tal cargo.

No segundo escalão, pessoas que não tem perfil, condições éticas, morais e profissionais para assumirem determinados departamentos, mas como um todo, as escolhas foram do agrado da população.

Tenho restrições a alguns nomes, e essa não é simplesmente minha opinião, é a opinião de grande parte dos palmarinos. O problema também está nos famigerados acordos políticos, e acordos têm que ser cumpridos, por isso é que se diz que “política é a arte de engolir sapo”.

A população sabe da necessidade de ter uma cidade limpa. Existem, é bem verdade, aquelas ações administrativas que dependem exclusivamente de planejamento e vontade política. Apesar de um mês a frente do governo municipal, o trânsito continua caótico, a feira livre precisa urgentemente ser reordenada, e esta calamidade que tem sido a falta d’água nos lares dos palmarinos, tem que ter uma solução definitiva.  

Afirmei ainda que, sua presença na cidade, conversando e interagindo com o povo para saber de seus problemas e necessidades, indo as escolas,  aos bairros mais carentes, visita a feira livre, tudo isso é muito importante, porque o povo quer ver, sentir, tocar  e desabafar seus problemas com o novo prefeito, sem, no entanto, enfrentar aquela famigerada burocracia de gabinete.

Sendo mais claro e objetivo, disse-lhe que ele acertou 90% na escolha do secretariado e que a nomeação de algumas pessoas teria deixado a desejar. Evidentemente que não por culpa única e exclusiva do prefeito, mas, sobretudo, pelos famigerados acordos políticos que sem eles fica praticamente impossível de governar.  

Apesar de tudo, o primeiro mês a frente dos destinos dos palmarinos tem agradado a população, mesmo sem condições financeiras para tocar obras importantes e emergenciais, por causa da catástrofe e “furacão” causado pela administração de Beto Baia.

Antes de terminar esse rápido bate-papo, conclui dizendo: já está na hora Eduardo de você reunir seu secretariado e “bater” na mesa, dizer qual sua metodologia de trabalho e deixar claro que você é o  prefeito e nada poderá ser definido ou acertado sem o seu conhecimento e consentimento, isso para evitar os problemas que imperou na gestão desastrosa do ex-prefeito Beto Baia, onde os secretários deitavam e rolavam, decidiam, admitiam, demitiam  naquela facciosa administração.

Portanto, resta-nos esperar  que esses secretários deem conta do recado, e coloque sua metodologia de trabalho em prática. Apesar do caos financeiro que atravessa a prefeitura, Eduardo Pedrosa tem tudo para realizar uma boa administração. Sabemos que o tempo é curto, mas com inteligência, habilidade, paciência, diálogo, jogo de cintura e muito trabalho, ele têm tudo para chegar lá!
 

Consciência negra ainda não venceu racismo na terra de Zumbi dos Palmares

Preconceito resiste ao Terceiro Milênio, no solo sagrado de República dos Palmares 

“Minha amiga branca disse que não pode ser minha amiga porque sou preta”. A frase choca, mas saiu da inocente boca de uma menina de sete anos de idade. Tainá ainda é uma criança, mas já experimentou na pele a pior face do ser humano: o preconceito. Com certeza sua amiguinha branca não sente verdadeiramente qualquer desprezo por ela, mas repete paradigmas que lhe foram ensinados.

E justamente para combater esta “cultura” de menosprezo aos negros e de “apartheid” que insiste em permanecer na sociedade brasileira, foi instituído o Dia da Consciência Negra. Dia 20 de novembro marca o aniversário de morte de Zumbi dos Palmares, líder negro que fundou o Quilombo dos Palmares no século XVII em terras hoje de União dos Palmares.

Alagoas, pioneira na resistência dos negros à escravidão e à submissão racial aos brancos, ainda possui uma população muito tradicional e um considerável grupo de pessoas com forte vínculo coronelista.

A ativista Arísia Barros, fundadora do Instituto Raízes de África, comentou o arcaico comportamento de parte da população alagoana. Para ela, Alagoas é um dos estados mais racistas do país. “A população negra do estado de Alagoas, por conta de uma cultura asfixiante que busca impedir o acesso a releituras históricas, é penalizada pela premente ausência de políticas estruturantes”.

Arísia reconhece que houve avanços, principalmente no que concerne à legislação brasileira de proteção à população negra. No entanto, também aponta para a resistência de instituições públicas na implantação da letra da lei. “Alagoas foi o primeiro estado do Brasil a estadualizar a Lei Federal que tornou obrigatório o estudo da história de áfricas e afrodescendentes nos currículos de todas as escolas brasileiras, mas a Lei Estadual nº 6.814/07 tornou-se letra morta pelo desconhecimento e falta de vontade política”.

Os quilombos, que ainda existem em Alagoas e por muitos estados brasileiros, continuam bolsões de miséria, sem cuidados especiais e proteção à cultura negra, a própria história negra local pode estar fadada à extinção. Em muitas comunidades quilombolas de Alagoas, segundo a ativista, “homens e animais tomam água no mesmo poço”.

A materialização da imagem que deveria chocar, na verdade, tem sido aceita pela invisibilidade e naturalização da marginalização do negro, principalmente em Alagoas. Onde, segundo pesquisas, é dos lugares mais perigosos para o negro, o pobre e o favelado, o que piora se a pessoa reunir as três características.

Preconceito em Alagoas é mais que desprezo, mas uma cultura

A professora Márcia Susana Lima, coordenadora do núcleo de identidade étnico-racial da secretaria municipal de educação de União dos Palmares, respeitada pesquisadora sobre a invisibilidade do negro, aponta que a maior carência da população negra em Alagoas é sua participação nos vários setores sociais.

Salientando ainda que é necessária uma equidade na educação pública, nos vários âmbitos, desde a educação básica até o ensino superior. “Esse acesso precisa ser mais democratizado, dando condições justamente para que o negro tenha as mesmas possibilidades que todas as outras pessoas”.

Para a professora, o preconceito que o negro ainda sofre em Alagoas não é questão de desprezo, mas de cultura. “Devido à naturalização do próprio racismo, da inferiorização da população negra, há lacunas que precisam ser preenchidas, mas é um contexto cultural de naturalizações discriminatórias”, registrou.

A luta da população negra ultrapassa a ideia de direitos iguais, sediada está também na luta por oportunidades. Assumindo que os negros partem de um ponto muito atrás de seus concorrentes, os movimentos de combate ao preconceito racial pretendem superar a cultura da meritocracia para igualar as oportunidades.

A professora Márcia Susana Lima ensina que a consciência negra que se espera dos outros é a percepção da necessidade de abandonar o “campo da meritocracia e perceber que nós necessitamos de igualdade de oportunidades para avançar no processo de superação das desigualdades”. Já em relação aos próprios negros, Lima afirma que é essencial que os negros se apercebam de seu papel enquanto agentes deste processo democratizante brasileiro.

A consciência negra nos próprios negros persiste ao “reconhecer nossa ancestralidade, pois ela estruturou o processo de exclusão dos negros em nosso país”. A gente se perceber dentro deste processo. Com relação ao outro, buscar esta igualdade de oportunidade. Admitindo que os elementos sociais fazem parte da formação do negro e que é importante que desde tenra idade esteja inserido em núcleos sociais que fomente sua participação e inserção na sociedade.

Dentre os elementos que fazem parte de sua formação estão a família, assim como outras instituições sociais, como a escola, os grupos sociais que a criança participa. Tudo isto vai contribuir para a formação da identidade da criança e do adulto negro. Os referenciais que são construídos partem das referencias da criança, para o bem e o para o mal, mas também para o ativismo social.

Tanto a professora Márcia Lima, quanto a ativista Arísia Barros, reconhecem que os padrões de branqueamento da sociedade brasileira influenciam na cultura racista e preconceituosa. Para ambas é importante que estes paradigmas sejam rompidos e que isto será possível a partir da mudança de comportamento dos próprios negros e do investimento em educação, com aulas sobre o continente africano, sua história e o resultado Brasil de tudo isso.

Fonte Cada Minuto

Educação e doutrinação Por Fábio Zugman

É difícil educar sem impor sua vontade?

Há muito tempo, quando eu ainda era professor de graduação, tive problemas com um certo colega de trabalho. Eu dava aula de algo chamado “Estratégia Empresarial”, que é uma forma de determinar como as empresas chegam ao lucro e o que fazer para melhorar.

Acontece que os alunos chegavam até mim, após passarem por esse sujeito, professor de Direito (até onde me consta, podia até ser um bom advogado), com colocações do tipo: “Professor, o professor de Direito disse que lucro é ruim e só sobra para o patrão”; “Mas professor, competição tira empregos das pessoas”. Eram coisas que comecei a escutar como “fatos" relatados na aula de Direito.

Certa vez peguei uma prova do sujeito. Ele só falava de exemplos de trabalho escravo, casos de assédio moral que beiravam o absurdo, processo trabalhistas que fariam qualquer um querer pular de um precipício. Não é de admirar que meus alunos, todos com vinte e poucos anos, chegavam a mim achando que o mundo empresarial era uma safadeza só. E lá ia eu, perder horas e horas de aula para desfazer a atitude preguiçosa e covarde do sujeito.

Preguiçosa porque é muito fácil empurrar uma “verdade" qualquer a um punhado de jovens em um contexto educacional. Basta apresentar seu lado como “fatos" da vida. Preguiçosa porque, não tendo nada a ver com sua matéria, o professor não apresentava o contexto das tais teorias da luta de classes, não apresentava os contrapontos, não deixava os alunos pensarem por si. Apresentava, de forma sutil e covarde, “o mundo como ele é”, como se processos de trabalho escravo fossem a regra, não a exceção.

Para quem gosta de um pouco de história, como eu, sabe que esse não é um recurso novo. Prisioneiros de guerra por toda a história foram obrigados a ressaltar as belezas do inimigo e delatar os horrores de sua pátria natal. Na guerra da Coréia, por exemplo, era comum que prisioneiros norte-americanos só tivessem algum conforto após declamarem redações sobre as maravilhas do comunismo.
O cérebro é algo engraçado. Quando você recebe uma informação e a declara em voz alta, algo muda e você passa a se identificar um pouco mais com aquela ideia. Isso não é segredo. Aliás, o objetivo inicial de muitas terapias é mudar nossa “conversa interna” para lidarmos melhor com os problemas que enfrentamos.

Educação e a confiança dos alunos são coisas preciosas. Veja, caro leitor, não estou dizendo que ideias diferentes não devem ser apresentadas. No mínimo, alguém que tem um compromisso real com a postura de professor, deveria mostrar os diferentes ângulos de uma discussão. Pode até honestamente mostrar sua posição. Nunca, a meu ver, apresentar algo como fato consumado da forma como meu colega fazia.

Se quisesse, o sujeito poderia muito bem desenvolver um curso a respeito, se colocar como especialista no assunto para aí, sim, mostrar determinado ponto de vista aos alunos interessados. Inserir sua visão de mundo em outra disciplina é jogo baixo. É uma injustiça com alunos que se matriculam em um curso com um objetivo e de repente recebem outra coisa.

Estou contando essa história em meio a mais uma daquelas confusões causadas pela prova do Enem. Algumas questões, diz-se, possuem viés ideológico (a questão que cai na minha área de conhecimento, em que a globalização teoricamente aumenta os níveis de desemprego no mundo é uma bela porcaria, diga-se de passagem).

Os defensores de todos os lados dizem que estão exagerando, que a coisa não é bem assim, ou que as questões sempre pedem aos alunos para marcar a opção correta de acordo com o texto.

Bem, o “de acordo com o texto” é um comportamento tão ruim quanto os soldados norte-coreanos pedindo aos inimigos para marcarem a “opção correta” na hora de comer, ou meu colega covarde impondo sua versão sobre o mundo em uma aula de direito empresarial. Se você é justo consigo mesmo, não precisa impor sua visão de mundo dessa forma.

Eu não consigo deixar de comentar que, em uma prova que visa determinar quem é mais apto a entrar em uma faculdade, políticos, comentaristas e analistas terem tantas opiniões diferentes é um mau sinal. Faz algum tempo que saí das salas de aula de graduação, mas, se bem me lembro, preferia que meus alunos chegassem com um pouco mais de domínio sobre matemática, lógica, língua portuguesa. As questões que geram problemas são exercícios toscos de interpretação de texto. 

O aluno, mesmo não acreditando que a globalização causa problemas ou que as mulheres são socialmente construídas, se vê forçado a marcar a opção que lhe dará maior probabilidade de passar na prova. Questões complexas que poderiam ser alvo de anos de estudo são relegadas a uma “certeza" de acordo com um trecho curto.

Não sei em que isso ajuda a determinar se tal aluno será um bom profissional no futuro. Sei que foi perdida uma bela oportunidade de avaliar. É difícil educar sem impor sua vontade.

Fonte: 

Fábio Zugman é professor universitário, consultor e palestrante. É autor dos livros Empreendedores esquecidos (Elsevier, 2011); Administração para profissionais liberais (Elsevier, 2005); Governo eletrônico: saiba tudo sobre essa revolução (Livro pronto, 2006); O mito da criatividade (Elsevier, 2008); e coautor de Dicionário de termos de estratégia empresarial (Atlas, 2009) e Criatividade sem segredos (Atlas, 2010).

Veja também: www.zugman.com ou entre em contato pelo Facebook.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Poema "Serra da Barriga" por Emanuel Galvão

 
Zumbi do alto da serra da barriga
Não se entregou, nem se atirou.
Zumbi foi traído e degolado
E o foi, para ficar calado,
Mas seu ideal não calou.
Palmares não foi lenda
Palmares foi realidade.
Palmares não foi apenas berço
Mesmo que o preto ou o branco
Não compreendam
Sua luta para além da eternidade.
Palmares não foi apenas berço,
Palmares foi ama de leite,
Foi colo e barriga,
Serra que ainda hoje abriga
Sonhos de liberdade!

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Alunos da rede municipal de União dos Palmares visitam reserva ecológica na Laje

Hoje dia, 23, os alunos da Escola Municipal Antonio Gomes de Barros, no Distrito de Rocha Cavalcante, zona rural de União dos Palmares, participaram de uma aula de campo / confraternização na Reserva Ecológica Osvaldo Timóteo, localizada na Fazenda Santa Maria, zona rural São José da Laje. 

A aula de Ecologia e Meio ambiente foi ministrada pela proprietária Jacineide Maia que mostrou para os estudantes a área voltada para o reflorestamento e conservação da Mata Atlântica. A fazenda Santa Rita está com a família Timóteo há 40 anos, e há 10 anos, além de promover o reflorestamento e conservação das espécies nativas do lugar, a fazenda também oferece visitas guiadas para os amantes da natureza, para pesquisadores e alunos de escolas públicas e privadas. 

O que antes era um canavial sem vida, atualmente os visitantes encontram bambuzais, nascentes de água potável, lagos, espaço de preservação de aves em extinção, entre outros atrativos. 

Os 35 alunos do 7º Ano B do ensino fundamental puderam constatar e aprender como é importante a preservação da flora e fauna nativas. Fora o apoio da gestão escolar, os professores da instituição Simone Araújo, Rita de Cássia, Quitéria Rocha e José Marcelo acompanharam os alunos nessa visita encantadora. "Para quem ama o contato com a natureza, o local é super recomendado, seja para uma aula de campo ou para um passeio com amigos e familiares", disse o professor José Marcelo, que leciona Geografia na escola. 

Uma aula diferente, repleta de curiosidades e descobertas, foi neste clima de aprendizagem e descontração que os alunos curtiram todos os ambientes da fazenda, entre palestras e brincadeiras todos se divertiram na piscina, na bica de água fria, no parquinho e de muita.

Que venha a próxima visita à Reserva Ecológica Osvaldo Timóteo!



Jacineide Maia (de boné) ao lado dos professores Rita de Cássia, Quitéria Rocha, José Marcelo e Simone Araújo. 

Mart'nália dá show de simpatia e atende fãs no camarim em União dos Palmares

A cantora Mart'nália, foi super carinhosa com seus admiradores aqui na terra de Zumbi dos Palmares, tanto no palco da Praça Basiliano Sarmento, como no camarim a sambista mantinha um contato constante com seu público.

Miss simpatia pura!