BIENAL DO LIVRO. O também artista visual e professor escreve sobre sensações melodiosas provocadas pelo prazer da paixão
Logo após o lançamento de Flor atrevida, livro de estreia de
Emanuel Galvão, o também artista visual e professor já começou a
rabiscar o que viria a ser sua segunda obra publicada. Foi brincando com
palavras, revendo tudo que já havia escrito, acrescentando e trocando
tudo de lugar, feito as lavadeiras de Alagoas como sugere Graciliano
Ramos, que ele fez nascer o livro Elogio ao desejo. A paixão na
literatura, que o segue desde os quinze anos, se tornou um ofício.
Escrever e ser lido é o maior desejo dele atualmente. “Esse prazer foi
despertado em mim ainda na adolescência quando me apaixonei. Sim foi por
amor. Eu era super tímido, não era o que se podia chamar de bonito,
ainda por cima estava me assumindo deficiente físico que sou. Saber o
que dizer para uma mulher, tocar-lhe o coração me fazia crer que poderia
tocar todo resto”, conta Galvão. Fazer sentir é seu objetivo. Nem que
seja preciso sussurrar. Para ele, dizer é apenas um detalhe.
O
lançamento oficial do livro acontece hoje. À Gazeta de Alagoas, o poeta
abriu o coração sobre os tórridos amores presentes em seu recente
escrito.
Gazeta. Elogio ao desejo é seu segundo livro publicado. O que você traz de novo?
Emanuel Galvão. Apesar de ser facilmente identificado como um poeta de
profunda admiração pelo belo feminino, e mesmo com toda paixão
escorrendo em cada página, Elogio ao desejo é um livro escrito de forma
mais madura, mais nordestina, mais ousada. Achei-o mais elaborado, sem
perder no entanto o lirismo.
Você faz poesia com atos corriqueiros. Como é enxergar poesia em tudo que você faz?
Sou um contador de histórias, as minhas e as dos outros, quando escrevo
viro uma personagem, daí posso me colocar no lugar de qualquer pessoa,
objeto ou ser, quando escrevi Do arquiteto ao Arquiteto ousei falar como
Jesus receberia Oscar Niemeyer que se declarava ateu, já fui mãe,
amante, sertanejo... O ser humano, as palavras, a mulher, a beleza fazem
parte da matéria prima do que escrevo. Um comentário de alguém, um
desabafo de amor, qualquer tipo de amor, um frase solta pode virar
poesia.
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