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sábado, 28 de novembro de 2015

Palmarino Emanuel Galvão lança livro sobre a liquidez dos corpos

  BIENAL DO LIVRO. O também artista visual e professor escreve sobre sensações melodiosas provocadas pelo prazer da paixão

Logo após o lançamento de Flor atrevida, livro de estreia de Emanuel Galvão, o também artista visual e professor já começou a rabiscar o que viria a ser sua segunda obra publicada. Foi brincando com palavras, revendo tudo que já havia escrito, acrescentando e trocando tudo de lugar, feito as lavadeiras de Alagoas como sugere Graciliano Ramos, que ele fez nascer o livro Elogio ao desejo. A paixão na literatura, que o segue desde os quinze anos, se tornou um ofício. 

Escrever e ser lido é o maior desejo dele atualmente. “Esse prazer foi despertado em mim ainda na adolescência quando me apaixonei. Sim foi por amor. Eu era super tímido, não era o que se podia chamar de bonito, ainda por cima estava me assumindo deficiente físico que sou. Saber o que dizer para uma mulher, tocar-lhe o coração me fazia crer que poderia tocar todo resto”, conta Galvão. Fazer sentir é seu objetivo. Nem que seja preciso sussurrar. Para ele, dizer é apenas um detalhe. 

O lançamento oficial do livro acontece hoje. À Gazeta de Alagoas, o poeta abriu o coração sobre os tórridos amores presentes em seu recente escrito.

Gazeta. Elogio ao desejo é seu segundo livro publicado. O que você traz de novo?

Emanuel Galvão. Apesar de ser facilmente identificado como um poeta de profunda admiração pelo belo feminino, e mesmo com toda paixão escorrendo em cada página, Elogio ao desejo é um livro escrito de forma mais madura, mais nordestina, mais ousada. Achei-o mais elaborado, sem perder no entanto o lirismo.

Você faz poesia com atos corriqueiros. Como é enxergar poesia em tudo que você faz?

Sou um contador de histórias, as minhas e as dos outros, quando escrevo viro uma personagem, daí posso me colocar no lugar de qualquer pessoa, objeto ou ser, quando escrevi Do arquiteto ao Arquiteto ousei falar como Jesus receberia Oscar Niemeyer que se declarava ateu, já fui mãe, amante, sertanejo... O ser humano, as palavras, a mulher, a beleza fazem parte da matéria prima do que escrevo. Um comentário de alguém, um desabafo de amor, qualquer tipo de amor, um frase solta pode virar poesia.

Quem são?

Fotos: Braz Francisco