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quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Não deixem a SERRA DA BARRIGA morrer

A Serra da Barriga é dona de um dos mais importantes capítulos da história do Brasil, localizada no atual município de União dos Palmares, no estado de Alagoas, abriga o  Quilombo dos Palmares.

É domingo no alto da  desertíssima Serra da Barriga,  onde,  1597 a 1695, viveram mais de 20 mil pessoas.

O silêncio escorre profundo, imperativo.

O palco da festa negra inflado de gentes onde  antes havia discursos, vozes e danças se resume, no domingo (ou no resto do ano), as folhagens pálidas, desmaiadas  pelo  sol inclemente.

Após o dia 20 de novembro- Dia Nacional da Consciência Negra- o glamour das comemorações em nome da liberdade claudicante, despe-se como um abismo imenso, onde surgem lacunas, cheias de silêncio.

Um corredor estreito por onde passa uma  indiferença histórica.

A Serra da Barriga  grávida de possibilidades, para cujas matas milhares de negros escravizados rebelados fugiram durante o período de dominação holandesa, resguarda o maior e mais icônico museu a céu aberto da América Latina, o Parque Memorial Quilombo dos Palmares.

Como um museu de histórias ancestrais o Parque Memorial Quilombo dos Palmares, traduz elementos simbólicos, que  devem ir além da  esporádica comemoração anual.

O Quilombo dos Palmares tornou-se símbolo da resistência negra à escravidão. E para quem quer conhecer essa história  subir a Serra da Barriga é roteiro obrigatório.

Entretanto, como conhecer, valorizar a significativa  história da maior e mais duradoura revolução negra do  país se existe tantas pedras no caminho no museu?

Simbólicas pedras bloqueando, expulsando, excluindo as muitas e tantas gentes.

Um povo que não conhece sua própria história está condenado a repeti-la.
Será assim, novamente?