Estou torcendo pelo Brasil, hoje e sempre e quero que ele ganhe a Copa,
sim, independente de corrupção, de faltar ainda muita coisa a ser
conquistada, independente da violência que campeia lá fora. Essa
propaganda do contra espalhada nas redes sociais para mim é uma tolice.
Como disse o blogueiro Adriano Tonon, em artigo intitulado ‘Eu não
concordo com os protestos contra a copa’, o dinheiro que tinha que ser
gasto, já foi. “Deixar de ter Copa aqui não vai trazer o dinheiro de
volta. O que era pra ser feito e não foi feito, também não será feito.
Simples assim”, observa.
Assim como Adriano, eu penso por outro
lado. “São Paulo não precisa da Copa para ser a cidade mais importante
do país. Da América Latina, na verdade. Com Copa, sem Copa, as coisas
vão continuar acontecendo por aqui. Shows, festas, passeatas,
infraestrutura, governo corrupto, investimentos, violência, reuniões de
negócio, exposições, arenas de futebol” e outras coisitas mais.
Toda essa divulgação negativa, para mim, só evidencia o complexo do
vira-lata, expressão criada por Nelson Rodrigues, para definir a mania
dos brasileiros de se inferiorizarem perante o resto do mundo. Ora, por
que o Brasil não tem condições de seciar uma Copa do Mundo?
Quando estava para ser definido se a Copa 2014 seria aqui, muita gente
ficou de esguelha, esperando o resultado para começar a detonar:
aprovada a proposta, alguns espernearam e outros ficaram calados; agora
se rebelam.
Certamente se não tivesse sido escolhido o Brasil, os
que torcem para que não dê certo seriam os primeiros a reclamarem
dizendo que o país é tão incompetente que não tem capacidade nem para
bancar um campeonato mundial. Aceito o desafio, não adianta a torcida do
contra, vai haver e falta pouco para começar, preparemos nossos
corações para torcer.
Eu vinha num ônibus do Benedito Bentes via
Centro, nesta quinta-feira, 29, e uma senhora de pouca instrução estava
dizendo para outra que nessa Copa ia morrer muita gente. Olhei para a
senhora com ar de indignação e disse: ‘Minha senhora, acabe com essa
história’ e a outra que ouvia a conversa concordou comigo.
Mortes
acontecem todos os dias, não por conta da Copa, mas da sociedade
violenta, da falta de valorização da educação, de uma sociedade
corrompida, de políticos mal intencionados e de tantas outras coisas.
Mas todos esses males e mazelas não são de agora e não vão acabar se não
tiver Copa.
Muita gente que está torcendo contra é impossível
dissociar o fato da questão política: são em sua maioria os opositores
do governo federal. Os que fazem oposição ao governo Dilma espalham e
difundem no noticiário e nas mídias sociais muitas notícias falsas e
outras bem negativas contra o governo, incitando movimentos nos dias dos
jogos. Isso não se faz, para mim, isso é falta de caráter ou
desinformação, me desculpem os que pensam ao contrário.
Eu não
sou burra e nem doida e sei que o futebol já foi muito usado no país, na
época da ditadura militar, para anestesiar mentes e corações. Enquanto
90 milhões naquela época em ação estavam torcendo pela seleção, dezenas
de brasileiros estavam sendo torturados e mortos nos Doi-Codis da vida,
mas agora os tempos mudaram.
Muitos desses agourentos que agora
torcem ao contrário, naquela época não estavam nem aí para o que
acontecia nos bastidores da política brasileira e nem ligavam para
direitos humanos e acreditavam em tudo o que os militares diziam. De
repente vejo uma horda que sempre esteve do lado do poder, que nunca
lutou por um Brasil melhor e mais justo, se armando contra tudo e contra
todos, num ato de rebeldia tardia.
Por que na época dos
militares e de outros governos reacionários esse pessoal não se
insuflou? Será que não havia corrupção e roubalheira naquela época?
Certamente que havia só que os jornais e os meios de comunicação eram
empastelados e proibidos de dizer qualquer coisa contra o governo, e
quando falavam, o que os repórteres escreviam era substituído por
receitas de bolo.
Boa tarde!