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segunda-feira, 29 de julho de 2013

O rapaz que tirou a roupa e a plateia que ficou nua

Mesmo adoentado, foi impossível ficar longe da história do rapaz que ficou nu numa festa de formatura, no último sábado.

Não o conheço e não tenho a mínima ideia de quem se trata. Não sei ao menos se ele sofre de algum distúrbio, ainda que momentâneo e pontual.

Entendo e compreendo o comportamento da meninada que estava no local, bem próprio da idade – a galhofa vai render dias de conversas e muitas piadas.

Mas alguns pontos me chamaram a atenção no episódio. Por exemplo: a quantidade de pessoas filmando a cena, com o objetivo claro de postar na rede – o que fizeram.

A sociedade do espetáculo só vê a vida em replay ou pela tela de um celular. Eis uma “doença” que se espalha entre adolescentes, jovens e adultos infantilizados (uma espécie que se multiplica mais do que rato na era da internet).

Também me pergunto (e fiz a mesma indagação a alguns “velhos” da minha idade): o rapaz não teria um só amigo ou conhecido, no local, com algum altruísmo, uma nesga de solidariedade, que o impedisse de chegar ao desfecho midiático?

Posso estar equivocado, afinal o tempo é traiçoeiro para quem tenta resgatá-lo, mas na minha geração muito dificilmente fato semelhante aconteceria.

Haveria, sim, um de nós que ao menos tentaria impedir que se chegasse àquele desfecho, ainda que com o uso da força. Ninguém ganhou com aquilo: perdeu o rapaz, que dificilmente resgatará seu sossego, perderam aqueles que só trataram de filmar o “escândalo”.

Se alguém tinha algum distúrbio, ali, não me parece que era só ele.

Blog Ricardo Mota

Vendedor de confeitos expõe seu artesanato no centro de União dos Palmares


Aos 56 anos de idade seu Severino José, vendedor de confeitos, se reinventa. Trabalhando há 30 anos com lanches, ele começou esse ano vendendo artesanatos feitos de madeirite, prendedor de roupa e palito de picolé. Seu Severino trabalha com sua filha Fátima e após observá-la fazendo mini-cadeiras resolveu tentar e descobriu que tem habilidade. Ele já fez estantes, camas, cadeiras para balanço, mesa de computador, fogão, geladeira, brinquedos como avião, caixa para som etc.

Para se inspirar o artesão pega folhetos de móveis nas lojas do comércio de União dos Palmares e começa a desenvolver seu trabalho. Seu Severino disse que a produção do artesanato poderia ser maior se o fluxo de venda fosse grande. Mas ele acredita que as vendas possam melhorar, pois trabalha perto do Mercado de Artesanato da cidade. Seus produtos custam entre R$ 6,00 e R$ 15,00.    

Nascido na Serra da Barriga, zona rural de União, ele contou para o blog que trabalhava com agricultura de subsistência e o excedente da produção vendia na feira livre, mas devido a problemas de saúde resolveu morar na cidade.

"Esse carro de confeito é tudo na minha vida. Foi através dele que pude cuidar da minha família", diz. Ele vende confeitos, doces, pipocas, salgados, DVDs e até aguardente, que ele mesmo prepara. Seu Severino brinca com o fato de alguns feirantes tomarem uma dose de pinga para poder armar as bancas nesse frio.

O ambulante chega cedo no seu 'ponto', em uma das escadarias na Avenida Monsenhor Clóvis Duarte. Segundo sua filha Fátima, eles chegam às 5 da manhã e passam o dia no local. A estudante do 7º ano fundamental reveza com o pai os horários no carro de confeito.   

 Seu Severino e a filha Fátima da Silva
Veja outros artesãos de União dos Palmares AQUI