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segunda-feira, 18 de março de 2013

" Felicidade é uma palavra de dez letras. A minha se resume em quatro patas " Leinne Marques


Não sei explicar em palavras como nasceu esse amor dentro de mim. Mas me lembro bem, que meus primeiros contatos foram desde muito pequena. Meus pais sempre criaram animais, o que facilitou para que algo dentro de mim fosse diferente em relação a eles. Tinha em casa todos os tipos de animais, como: Galinhas, gatos, passarinhos de todas as qualidades, corujas e inclusive que não poderia deixar de falar é sobre um gavião chamado Michael, nome este dado pelo meu pai por causa do Michael Jackson.

Eles conviviam com a gente dentro de casa, nossos contatos eram sempre físicos, ou seja, muito próximo mesmo, de abraçar e beijar. Pra muitos nossa casa era um antro de loucura, pra gente, era um ambiente muito natural e agradável, fato esse que nos fazia muitos felizes, pois quase não tinha contatos com a vizinhança, Nossos amigos eram os animais mesmo, onde brincava e conversava com eles, todos tinham nomes de artistas consagrados da época, dados pelo meu pai.

Lá em casa somos três filhas, cada uma tinha sua função de cuidar, é que não eram poucos os animais. Lembro que tinha um viveiro tão grande cheio de passarinho, que quase tomava conta da área da casa, no quintal sempre tinha galinhas e gatos. E uma vez ou outra meu pai aparecia com um animal exótico para criar, bom isso significa que minha paixão pelos animais já vem de muito pequena. Cresci no ambiente que tinha animais pra todos os lados. E isso não me faria indiferente aos dias de hoje, onde tenho cincos animais de estimação em casa.

Bom, mas na verdade o meu amor aumentou depois que a Valentina (minha cadelinha poodle) entrou em minha vida. Me lembro bem, foi um dia de sábado, ganhei de uma amiga minha, era tão pequena, um monte de pêlos pretos. E lógico tudo mudou dentro de mim, pois dessa vez era uma coisinha só minha, só era ela e eu dentro de uma casa, ela cuidando de mim e eu cuidando dela. Bom, logo em seguida foram surgindo os outros. A gata Teodora, eu achei na rua bem pequenina, estava machucada e com frio, chovia muito, pois era inverno, me compadeci e a levei pra casa e com o gato Frederico foi a mesma coisa, estava na rua não resisti e o adotei, a tartaruga Joaninha ganhei de uma velha conhecida minha, onde infelizmente é cega dos dois olhos, e bem depois veio a gata Maria, a mascotinha da casa.

Em resumo estou aqui pra falar do amor que sinto por cada um deles, essas criaturinhas incríveis que fazem toda a diferença do meus dias, só quem é apaixonado mesmo por animais entenderá de como é grande o amor que sinto, talvez seja até inexplicável falar ou até descrever em palavras o que sinto dentro de mim. Eles me fazem um bem danado e isso me basta para que os trate bem. Não me importa se é de quatros patas, se tem pêlos, se são cegos ou defeituosos eles são a família que escolhi pra mim, que montei como um quebra cabeça, que adotei como filhos, não saíram da minha barriga, mais vieram do meu coração...

Sei lá, não consigo imaginar minha vida sem a presença dessas criaturinhas, não gosto nem de pensar se eles se forem um dia. É muito triste saber que um dia eles irão partir, e nos deixarão órfãos de carinho e cuidado, desses olhos pidão te pedindo colo e amor. É muito satisfatório chegar do trabalho e ver todos eles na porta de casa te esperando, acordar e eles vão estar sempre lá no teu pé o dia todo em todos os lugares que você for, e eles nunca irão te magoar, te abandonar, te enganar ou mentir pra você, mais antes te dão o carinho que você precisa na hora certa, olhar nos olhos deles e sentir o amor verdadeiro, é ágape, é incondicional. 

Costumo falar que foi Deus que os fez pra mim, não tem outra explicação, é a família minha, simples assim, juntos nos completamos, somos uma só pessoa, eles chegaram na minha vida no momento que mais precisei, no momento meio depressivo, e só a presença e as brincadeiras me deixavam bem melhor, eu só tenho o meu amor pra oferecer e eles me dão em troca o mesmo amor mesmo eu sendo tão falha, mesmo eu não sendo tão mãe deles como deveria, pois não tenho muito tempo de estar com eles. Muita gente me acha de louca, pois converso com eles, dou nomes de pessoas e os chamo de meus filhos, e me sinto mãe de verdade.

Mas não me importa se sou taxada de louca pro resto do mundo, o que mesmo me importa é o que sou quando estou com eles, e o que eles me fazem sentir só do simples fato de terem cruzado meu caminho. através deles olho os outros animais com mais amor e compaixão, não gosto nem de ver ou saber que tem algum animal sofrendo ou abandonado, isso me deixa triste, pena que não posso fazer nada por isso, mas oro pra que Deus brote o amor nos corações dos seres humanos pelos animais. Felicidade é uma palavra de dez letras. A minha se resume em quatro patas.

"Dedico cada batida do meu coração: Primeiramente a Deus, depois a minha família, Valentina, Teodora, Frederico, Joaninha e Maria. 

" Fica responsável por tudo aquilo que domesticaste.Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas" 

( O Pequeno Príncipe_Antoine de Saint-Exupéry)

Por: Leinne Marques