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domingo, 24 de julho de 2011

Luto: Amy Winehouse! Por Paulo Veras



No dia 23 de julho de 2011 – ontem – a cantora britânica Amy Winehouse foi encontrada morta em sua casa. O final trágico não está à altura do potencial vocal que ela demonstrou uma centena de vezes, mas não é exatamente surpreendente. Desde que iniciou sua carreira, Amy abusou excessivamente de álcool e drogas diversas, passou por múltiplos escândalos e, mesmo assim, conseguiu se tornar uma personalidade musical das mais invejáveis.

Eu não sou um fã propriamente dito, mas como todo amante da boa musica, só tenho a lamentar que o destino a tenha levado tão cedo, aos 27 anos. Amy Winehouse surgiu no momento em que o mundo da música mais precisava dela. Logo no início do século XXI, quando a indústria pop parecia ter assumido que uma bela performance era suficiente para produzir um artista, Amy nos mostrou que uma magnifica voz e o simples fato de ter o que dizer são mais poderosos que um vestido de carne.

E chama-la de magnifica não é exagero. Qualquer um, do crítico musical ao completo leigo, sabe reconhecer que está diante de matéria-prima das mais valiosas quando escuta Winehouse pela primeira vez. Suas canções – difíceis, multifacetadas e mesmo assim tão biográficas – são capazes de atingir o mais profundo lugar de nossas almas. Minha preferida, You Know I’m No Good, nunca vai sair do meu coração.

Nelson Motta chamou-a, ontem, de “a maior cantora do século XXI”. É verdade, desde que os anos dois mil deixaram de ser ficção nenhuma outra que surgiu foi mais poderosa e importante que Amy. Sua mistura de soul, blues, ska e rock permitiram que surgissem preciosidades como o bonitão Michael Bublé, a fantástica Adele e até mesmo o projeto revolucionário da sagrada Cindy Lauper (aqui).

Amy Winehouse, em tão pouco tempo, nos lembrou que a música boa é o que realmente importa, nos ensinou que não se pode ter preconceito com um estilo pouco convencional (que a levou aos 24 anos a ser uma das artistas mais premiadas em uma única edição do Grammy), e marcou as histórias de vidas de vários de nós que se dispuseram a conhecer uma das maiores cantoras de nossa geração. Mas sua morte decadente nos lembra que nem a maravilhosa “volta ao negro” é capaz de superar a loucura de uma vida de álcool, drogas e excessos ilimitados.

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