Pages

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Sou “Thaynnara Agnes”, tenho 18 anos e sou travesti




Inicialmente, quero me apresentar, sou Luan Vitor mais meu nome social e conhecido por todos como “Thaynnara Agnes”, tenho 18 anos e moro no conjunto Newton Pereira, sou travesti assumida há 4 anos, estudo na Escola Estadual Rocha Cavalcanti e estou cursando o 4º ano do ensino normal em nível médio.

Bom, para iniciamos, essa retrospectiva, do que vivencie esse ano de 2014, primeiramente antes de tudo quero falar sobre dois aspectos que pude vivenciar bastante e quis dividi-los em dois eixos: Os pontos negativos e positivos, desse ano que posso considerar como razoável.
 
Desde já, quero falar sobre os pontos negativos, onde tive uma das maiores decepções, pois pensava que seria mais fácil para mim enfrentar essa sociedade preconceituosa que temos hoje em dia. Posteriormente, quebrei a cara, onde passei a procurar emprego e todos fecharam as portas para mim, por eu ser travesti e ser considerada como minoria na sociedade.
 
Houve uma grande exclusão, por parte dessas pessoas onde eles ao verem meu currículo, daí fazia com que eu não fosse chamada para a entrevista de emprego, não só foi no emprego, mais também por outros lados, como na escola, na rua, enfim entre outros meio que estão inseridos em nossa sociedade, onde por parte de cada um, sofri bastante esse ano, onde já fui perseguida por professores, por pessoas que não aceitam a minha identidade, ou até mesmo por familiares meus.

Mas graças a Deus ao decorrer do tempo venho percebendo que a cada nível de estudo, as portas vem se abrindo para mim, pois por já ser considerada como excluída da sociedade por alguns e ainda mais não ter estudo seria uma grande derrota para mim, por essa causa defendo com unhas e dentes, essas oportunidades que surgem em minha vida, sendo assim os estudos seria minha única solução para eu poder mostrar para a sociedade que eu tenho vez e voz para pode-las mostrar-las que eu posso e consigo ter vez nessa sociedade que cada vez está se dividindo cada vez mais.

O segundo eixo destaco: O ponto positivo do ano de 2014, no meu ponto de vista: Bem, ao falar desse ponto as lembranças vem sem querer, e tive muitos momento positivo esse ano, para iniciarmos dou como exemplo minha escola pode ser considerada minha vida, pois foi lá que fui bem recebida e acolhida por todos e todas, onde eles mim aceitaram da forma que eu sou e desejo ser, pois ao entrar naquela escola formadora de futuros professores percebir que não seria nada fácil enfrentar as barreiras que sabia que iria encontrar ao decorrer do tempo, posteriormente soube mim identificar com todos da escola, e isso só fez com que eu pudesse mim sentir mais a vontade com eles.

Esse é uns dos bons momentos que pude considerar, mas foram vários e vários pontos positivos desses anos onde farei uma retrospectiva como: Fui escolhida uma das melhores dançarinas da cidade, uma das pessoas mais dedicadas da escola, enfim uma das travesti mais batalhadora e guerreira dessa cidade, pois disseram que não e fácil enfrentar, isso que eu estou enfrentando no meu dia-a-dia, pois sei que não estar sendo nada fácil enfrentar essa sociedade que cada vez mais estar se diversificando. E sim só quem sofre e quem sabe o que e ser tratado como excluído ou ate mesmo ser considerado como essas palavras horrorosas que escutamos no nosso dia-a-dia.

Mas com ao decorrer do tempo e com os avanços que pude dar em minha vida estou conseguindo quebrar tabus, e mostrar para aqueles que foram os primeiros a mim criticar que estou conseguindo vencer e crescer nessa vida seja ele na pessoal como na profissional e um dia vou ter o direito e respeito que todos deveriam ter.

O que espero que ao terminar esse meu curso de magistério, possa ingressar em uma universidade e mostrar para muito que eu pude, eu quis e eu vou conseguir superar esse trauma todo que eu passei no ano de 2014, e que possa vim mais um ano de lutas, vitorias, dificuldades, pois são através dessas dificuldades, que vou ter argumentos para dizer no final foi através dessas dificuldades que eu conseguir vencer na vida e sambar na cara dessa sociedade preconceituosa.

Portanto para concluir minha fala, quero agradecer ao José Marcelo, pela oportunidade de mim proporcionar esse espaço para falar o que achei desse ano de 2014, e quero dizer que obrigado por ter um olhar mais critico e abrangível, por nos que somos considerados como “Minoria” por muitos.

Sendo assim que todos possam ter um reflexão, e Boas festas.