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sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Escolas públicas vão participar do Dia da Consciência Negra em União dos Palmares

Está confirmada a participação de 16 escolas públicas estaduais nas comemorações do dia 20 de novembro, dedicado à Consciência Negra, na Serra da Barriga, em União dos Palmares. A previsão é que 700 crianças participem das comemorações. A articulação é da Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos (Semcdh) que tem, todos os anos, sugerido a participação de estudantes como forma de divulgar Zumbí dos Palmares como um grande herói nacional, na luta pela liberdade.

De acordo com a secretária de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, Nadja Lessa, estes estudantes atuarão como multiplicadores da história em suas escolas.

As programações já foram fechadas com povos de matriz africana, quilombolas e capoeiristas, como informou o gerente do Núcleo Afro Quilombola, Jordinelson Bandeira de Santana, e estão previstas apresentações culturais dessas comunidades nas festividades, além de momento de reflexão nas oferendas aos orixás na árvore sagrada e o cortejo das mulheres do axé.

As comunidades remanescentes quilombolas de Alagoas, por determinação do governador Teotonio Vilela Filho, têm recebido atenção especial por meio da Secretaria da Mulher, conforme levantamento realizado pela Superintendência de Direitos Humanos em 66 comunidades existentes, com o objetivo de verificar as necessidades dos povos remanescentes dos quilombos em Alagoas.

Segundo a superintendência de Políticas de Promoção da Cidadania e dos Direitos Humanos, Lilian Lamenha Lins, a Gerencia do Núcleo Afro Quilombola, através do projeto Mobilização e Acompanhamento junto às comunidades Quilombolas para o Programa Brasil Quilombola, realizou visitas de campo, em parceria com a Secretaria de Estado da Infra-Estrutura (Seinfra) para mediação de área para o Projeto Habitacional e Social Comunidade Tabacaria, em Palmeira dos Índios.

Foi elaborado também um documento intitulado “Água e Mulher”, indicando ações que diminuíssem o grande problema de água potável na maioria das comunidades junto com os técnicos da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos.

“Um dos grandes problemas nas comunidades é o acesso à água de qualidade. Visitamos comunidades que a única fonte eram açudes com água de péssima qualidade, o que nos deixou bastante preocupadas com a questão da saúde. Como ação emergencial entregamos filtros em todas as comunidades e à todas as famílias, adquiridos com recursos do Fecoep e articulamos melhorias com a Secretaria Estadual de Recursos Hídricos e com a Funasa¨, disse Nadja Lessa. 

 
por Agência Alagoas

"Triste as notícias que vêm de União dos Palmares. A cidade nunca vai pra frente" Rafael da Silva

 O palmarino com a cantora Leilah Moreno e o apresentador Amaury Jr.

As fotos dessa postagem é do palmarino Rafael da Silva, que está morando há 2 anos e 3 meses em São Paulo. Em conversa com o blog, ele disse que ama União dos Palmares, mas está muito feliz na megalópole São Paulo. "Amo minha terrinha, mas São Paulo tá tudo de bom" diz Rafael.

Trabalhando atualmente em um consultório médico na Avenida Paulista, já faz planos para o futuro, "Estou planejando em 1 a 2 anos ir morar em Portugal, quero trabalhar e fazer cursos na área de moda, quero morar na Europa, vamos ver". Fala o alagoano. Os novos planos vieram depois de fazer cursos de moda, vitrinismo e visual merchandising.

Quando saiu de União, Rafael estava no 6º período de Geografia na UNEAL e se diz muito feliz com o começo das obras do Campus V, o mesmo vem acompanhando as notícias de União nos sites, blogs e nas redes sociais e diz ficar triste com as notícias veiculadas sobre o município. 

"Triste as notícias que vêm de União dos Palmares. A cidade nunca vai pra frente" e completa "Por isso estou aqui, as oportunidades são muitas".

Rafael e o repórter Márcio Canuto

O que faz um professor ser bom?

De vez em quando assuntos sérios sobre educação recebem espaço na imprensa. Desta vez, entrou em foco um estudo de dois economistas da PUC-Rio, Maurício Fernandes e Claudio Ferraz, e que foi comentado na revista Veja de 28 de maio pelo colunista Cláudio de Moura Castro.

Trata-se de pesquisa robusta, rigorosa, em território pantanoso e de poucas certezas: afinal, o que faz um professor ser bom? O estudo revela duas variáveis. Como toda boa ciência, confirma-se algo já sabido, refina-se o conhecimento e abre-se espaço para novas indagações.

O ponto de partida é definir o que é bom professor: é aquele cujos alunos aprendem mais. Para saber isso existem métodos bastante rigorosos, que foram utilizados de forma competente no estudo. Isso feito, os pesquisadores procuram saber o que diferencia professores cujos alunos aprendem mais que os demais. A tecnicalidade é relevante, mas vamos poupar o leitor disso. 

Duas variáveis se destacam das demais. Primeiro: bons professores usam algumas práticas - chamem-se metodologias, métodos ou estratégias - bastante semelhantes. Isso varia pouco nas disciplinas e nos níveis de ensino. E os resultados são fortes: o uso dessas práticas explica parte significativa dos bons resultados dos alunos. Trata-se de evidência que corrobora e acrescenta ao que já sabemos na literatura científia sobre "professores eficazes". 

A outra variável menos forte é o conhecimento do conteúdo. O leitor pode ficar perplexo: como alguém pode usar práticas pedagógicas eficazes se desconhece o conteúdo? Por exemplo, se um professor eficaz passa e corrige dever de casa, como ele poderia corrigir uma tarefa que envolva frações ou cálculo da terceira derivada se só conhece métodos de ensino, e não o conteúdo? 

Existem evidências sobre a importância do domínio do conteúdo pelo professor. Mas elas são menos cristalinas. Por exemplo, sabemos que professores com titulação muito elevada na sua área de ensino raramente logram bons resultados. Da mesma forma que sabemos, intuitivamente, que ninguém pode ensinar o que não sabe.

Onde está a explicação para o aparente paradoxo? Tecnicamente a resposta é simples. A evidência sobre a importância do professor conhecer o conteúdo está lá, ela apenas é menos visível nos resultados dos alunos. Também não é muito claro qual conteúdo o professor deve conhecer. De outros estudos sabemos, por exemplo, que não basta saber conteúdos mais avançados, é preciso conhecer a fundo o conteúdo do que se ensina. Por exemplo, um professor do 1º ano precisa conhecer a fundo as propriedades da adição - e não apenas saber fazer as contas.

O resto da história é ainda mais importante: não basta conhecer conteúdos. O bom professor não apenas conhece a fundo o que ensina, mas usa métodos adequados para ensinar.

Sobre esse tema, escrevi recentemente um artigo publicado na Veja.com e disponível aqui.
João Batista Araújo e Oliveira

Presidente do Instituto Alfa e Beto, autor de “A Escola vista por dentro”
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