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terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Funcionários das rádios de JHC e João Caldas reclamam de salários atrasados

Caldas diz que crise só atinge veículos de comunicação que não têm "pixuleco" do Estado e da Prefeitura de Maceió 

Parlamentar que se notabilizou pelas cobranças por moralidade e exigências do cumprimento da lei em Alagoas, João Henrique Caldas (PSB) vem sendo cobrado pelo atraso de pagamento de salários aos funcionários de suas rádios, em Maceió e em União dos Palmares. Proprietário da rede de rádios Farol junto com o pai João Caldas, o deputado federal conhecido como JHC vem negando participar da gestão das suas empresas de comunicação. E silenciou quando questionado pelo Blog sobre os atrasos de salários, que variam de dois a cinco meses nas rádios.

O Blog recebeu um e-mail que relatava a situação de crise e omissão na Rádio Farol de Maceió. “Estamos trabalhando sem receber, o que não acontece, infelizmente, pela primeira vez. Neste ano, além de não pagar os nossos salários, a rádio não nos dá nenhuma previsão de pagamento de 13º salário. Estamos preocupados, passando necessidade. Há muitos pais de família nesta situação em virtude do atraso do pagamento”, diz um trecho do e-mail recebido, em forma de uma notícia.

A mensagem eletrônica falava ainda em ameaça de greve, na emissora da capital, cuja situação financeira teria sido agravada pelos investimentos que a dupla de políticos teria feito na tentativa fracassada de implantar uma programação jornalística local na TV Farol, também administrada pela família Caldas em Maceió.

Para ir além da mensagem encaminhada de forma anônima, o Blog conversou com funcionários das rádio Farol de Maceió e de União dos Palmares. No caso da capital, o atraso é de quase três meses e há a promessa de pagamento de apenas um desses meses. Em União dos Palmares, o atraso é de cinco meses, mas haveria casos de oito meses sem receber.

Os funcionários de Maceió relataram que muitos deixam de ir trabalhar, por não ter dinheiro para pagar pelo transporte até a rádio. E, em União dos Palmares, até o aluguel estaria atrasado e a maioria dos funcionários não tem carteira assinada. Alguns deles foram orientados a conseguir anúncios para obter algum dinheiro pela atividade na rádio.

Ninguém fala em greve ou denúncia junto à Justiça do Trabalho, por temer demissões.

Cano de 100%

O jornalista Arnaldo Ferreira foi um dos profissionais que tentaram implantar uma programação de Jornalismo local diferenciado na TV Farol, em Maceió, no início do ano. Mas amarga até hoje o que chamou de um inédito prejuízo de 100%. Ele afirmou ao Blog que, além de nunca ter recebido um centavo dos Caldas, teve prejuízos por ter feito investimentos do próprio bolso, para fazer funcionar a TV, pagando por equipamentos e pelo transporte de alguns funcionários que já enfrentavam problemas com atraso salarial.

Segundo Arnaldo Ferreira, após reunir um “dream team” com jornalistas Mauro Wedekin, Mário Lima e Ricardo Rodrigues, a TV de João Caldas e de JHC não emplacou a nova programação. Mas não foi por conta da falta de esforço da equipe. Arnaldo Ferreira disse que nenhum dos compromissos firmados pelos donos da emissora foi cumprido.

“Fui chamado como diretor e acabei ficando com o prejuízo maior. A TV nunca pagou os três meses, quase quatro meses, que ficaram. Após a greve, não voltei. Nossa ideia era de abrir um mercado na TV, com a nova programação, atraindo novos anunciantes. Mas, não abriu-se o mercado, muito porque não cumpriram um compromisso sequer conosco. Pois o departamento comercial da TV não funcionava, pois alguns dos funcionários desse departamento não tinham recebido salário sequer para ir trabalhar. E os donos, que disseram que teriam anunciantes, não faziam o menor esforço. Uma pena, porque era um grande projeto para o Jornalismo alagoano”, relatou Ferreira, antes de prestar solidariedade aos companheiros que estão sem receber na Farol.

O acordo que teria sido firmado na TV Farol seria de um valor mensal que garantiria o piso salarial para a equipe de peso formada por Arnaldo, complementada com uma porcentagem do faturamento de anúncios. Além da perda salarial, Arnaldo reclama que deixou para a TV Farol um aparelho de teleprompt doado pelo deputado estadual Pastor João Luiz e outros equipamentos de modems.

“Em uma pauta, encontrei o deputado JHC e ele veio me perguntar como eu estava. Respondi: ‘Quebrado, do jeito que você me deixou’. Mas ele diz que não foi com ele: ‘Eu não. Meu pai!’ . Na minha carreira, já tomei cano de 20%, 40% e 60%. Mas cano de 100% ainda não tinha tomado. É muito ruim. O pai dele, o senhor João Caldas, é um fanfarão”, relatou Arnaldo Ferreira.

O Blog apurou que a TV Farol e Rádio Farol de Maceió mudaram-se da antiga sede na Pitanguinha para o Jacintinho, após acordo para quitação de alugueis atrasados. E funcionários têm ouvido uma justificativa diferente para o atraso de salários, a de que pastores estariam em débito com os veículos de comunicação.

"Sem pixuleco"

O Blog não conseguiu obter do deputado JHC um posicionamento sobre a situação dos funcionários de suas empresas de comunicação. Sua assessoria afirmou que repassaria a informação assim que o parlamentar tivesse um posicionamento sobre o assunto.

Por telefone, o ex- deputado João Caldas negou haver mais de dois meses de atrasos salariais e atribuiu as dificuldades à crise financeira. Segundo ele, as empresas de comunicação que não estão atrasando salários são aquelas que “estão no bolso dos governos, recebendo pixuleco”.

“Os órgãos de comunicação que não estão no bolso do governo nem da prefeitura estão sentindo a crise econômica. Agora, os que estão no bolso dos governo, não estão. Eles trocam a liberdade de expressão e favores com o dinheiro do povo e não estão com problemas. Só não está vendo a crise é que está em sintonância [sic] com a Prefeitura de Maceió e o Governo do Estado. 

Porque estão com a mão no bolso do contribuinte e estão nadando em dinheiro. Estão vivendo dos acordos e da lei do silêncio, soltando flores e confetes. Só tem dois meses [de salários atrasados] e não tem problema, não. Está sendo resolvido. Pelo menos estamos dentro de uma crise, dando emprego e possibilidade. Estamos em um Estado onde as pessoas querem ter um meio de comunicação para cercear a liberdade do povo. Isso não tem preço. Agora, quem tiver nesses esquemas aí de prefeitura e governo do Estado aí não está com problema não. Porque estão tudo dentro do pixuleco institucional, com o dinheiro do povo, claro. Como não estamos nesse lado, estamos vivendo a realidade do mercado”, respondeu João Caldas, por telefone, citando o termo pixuleco, que ficou conhecido como suborno, propina.

Sobre o fracasso do novo projeto de jornalismo da TV Farol, João Caldas ressaltou que não deve nada à equipe formada por Arnaldo Ferreira. O ex-deputado federal disse que ele que foi procurado pelo jornalista Arnaldo Ferreira com uma proposta de implantar a nova programação e garantir o faturamento que sustentasse os custos da equipe.

“Arnaldo Ferreira nunca foi nosso funcionário na TV nem em canto nenhum. O contrato que ele veio propor, ele, era um contrato que ele iriam instalar um Jornalismo, eles iriam cuidar e eles iriam arranjar patrocinador. E se fosse para colocar em contrato ele ia ter multas impagáveis. Esse discurso dele não cola.

“Não sei nem porque a preocupação de vocês, porque vocês que são da imprensa, em vez de estar numa linha de construir o pouco que tem aí, a linha de vocês é essa de pequenez. Porque o Arnaldo foi para lá porque não vai para canto nenhum. Porque em canto nenhum ele está trabalhando...”, afirmou João Caldas, antes de ser interrompido com a informação de que Arnaldo Ferreira trabalha há cerca de três meses no jornal Gazeta de Alagoas, de maior circulação em Alagoas.

Devidamente informado, Caldas prosseguiu: “Que bom que ele está na Gazeta. Ele é um cara de ir para a rua e fazer reportagem. Mas não é um cara de comandar nada, em hipótese alguma. O perfil dele é de caçar notícia. Ele não está sendo verdadeiro. Vou até ligar para ele. Porque ele deve estar confundindo as coisas ou você entendeu mal. Porque eu acho que ele não teria nem a coragem de ser tão leviano”.

Previsão de pagamento dos funcionários? João Caldas disse que seria tudo resolvido “dentro da possibilidade”. 

Fonte: Cada Minuto

PROMEPAZ realiza palestra no encerramento da EJA na Escola Antonio Gomes

A palestra abordou temas significativos para os contextos escolar e familiar em todo o país

A Escola Municipal Antônio Gomes de Barros realizou nesta quinta-feira, 26/11, a socialização das atividades pedagógicas desenvolvidas nas turmas da Educação de Jovens e Adultos, encerrando mais um ciclo dessa modalidade de ensino que tem contribuído com a diminuição dos índices de analfabetismo em União dos Palmares, especialmente no que se refere às pessoas que tiveram a oportunidade do processo de escolarização na “idade certa”.

A Coordenadora de Educação de Jovens e Adultos da Secretaria Municipal de Educação, Prof.ª Sonia Viana, esteve presente na referida ocasião prestigiando os trabalhos de professores e alunos.

Os Diretores Escolares Cizino Oliveira e Miriam Correia, respectivamente, adjunto e pedagógico, fortaleceram o conteúdo da programação do evento, solicitando a Coordenadora do Programa Municipal de Educação para Paz nas Escolas e nas Famílias – PROMEPAZ/SEMED, a realização da palestra “Bullying e Discriminação”, que contou com a participação do Comandante do 2º Batalhão da Polícia Militar (BPM), Tenente-Coronel Thúlio Roberto Emery dos Santos e da Assistente Social do PROMEPAZ, Renata Medeiros. 

Os alunos da EJA apresentaram algumas danças relacionadas às comemorações da data 20 de Novembro, Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, homenageando a terra do famoso Quilombo dos Palmares – União dos Palmares.

AsCom | SEMED
Fotos: Dagoberto M. Silva