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quinta-feira, 5 de março de 2015

Império do usineiro João Lyra não cobre dívida com credores

 Bens do empresário são avaliados em R$ 1,91 bilhão enquanto o débito é estimado hoje em R$ 2,1 bilhões

Após sete anos de decretada falência do Grupo JL, o juiz Mauro Baldini, da comarca de Coruripe, determinou a venda dos bens da massa falida do Grupo Laginha Agro Industrial S/A, pertencente ao empresário e ex-deputado federal João Lyra (PSD), avaliados em R$ 1,9 bilhão. Ou seja, o império de JL não é o suficiente para pagar dívidas milionárias a credores e ex-funcionários, reconhecidas pela Justiça em aproximadamente R$ 2,1 bilhões. Dos bens em questão, o de maior valor é a Usina Guaxuma, com valor global (sem cana) avaliado em  R$ 864,1 milhões.Vale ressaltar que o magistrado não aceitou a contestação de JL sobre o valor e homologou o laudo da empresa Valor Engenharia, responsável pela avaliação.

O juiz frisou que “estamos na fase da falência, e não mais na fase de recuperação judicial...” Ele determinou, ainda, a realização de processo para venda de todos os ativos e que a  venda seja feita na modalidade de proposta fechada, após publicação de edital com antecedência mínima de 30 dias.

De acordo com a decisão,  as cinco usinas, em Alagoas e Minas Gerais, além do escritório central da companhia, em Maceió, e uma Aeronave Prefixo PT-RVT serão leiloados para sanar as dívidas existentes da empresa.O documento aponta que  a situação é insustentável: “Milhares de credores à míngua aguardando o recebimento de seus créditos, cidades com suas economias paralisadas [...], invasão das terras das usinas por diversos movimentos ‘sem terra’ e os incêndios nos canaviais”, afirmou o juiz Baldini”.

Em sua decisão, o magistrado foi enfático ao afirmar que o sócio majoritário  da Laginha foi intimado para participar da arrecadação dos bens em destaques, mas “ficou inerte, deixando de fiscalizar o ato”. Porém, vão ficar de  fora outros bens conhecidos do empresário João Lyra que não foram avaliados porque não fazem parte da massa falida, a exemplo do avião e do helicóptero que pertencem à Lug Táxi Aéreo, da revendedora VW Mapel e de imóveis particulares.

Veja o valor de avaliação dos bens do Grupo JL

I) Escritório Central- Valor Global R$ 15,7 milhões.II) Avião Laginha- Valor Global – R$300 mil.III) Usina Guaxuma – Valor Global sem Cana R$ 864,1 milhões (Área Total das Fazendas e Usina – 17.453,4650 há,  Área Cultivada – 12.285,9849 ha. Capacidade  de produção Produção – 900.000 t/safra).IV)

Usina Uruba- Valor Global sem Cana R$ 296,2 milhões (Área Total das Fazendas e Usina – 8.323,15 há, Área Cultivável – 6.891,85 ha, capacidade de moagem 1.100.000 t /safra)V) Usina Laginha -Valor Global sem Cana R$ 297,5 milhões (Área Total das Fazendas e Usina – 16.521,80 há,Área Cultivável – 7.978,75 há, Área de Pasto – 1.881,26 ha.

Usina – Produção – 900.000 t / safra)VI) Usina Trialcool- Valor Global sem Cana R$ 227,7 milhões ( Área Total das Fazendas e Usina – 8.197,95 há, Área Cultivável – 4.364,10 há. Usina – Produção – 1.800.000 t/ safra).VI) Usina Vale de Paranaíba -Valor Global sem Cana R$ 211,2 milhões (Área Total das Fazendas e Usina – 3.228,8775 ha. Área Cultivável – 1.744,50 há. Usina – Produção – 1.700.000 t/ safra)