Outro coração bate desde a noite de ontem (01.09) e madrugada de hoje
no peito do sargento Adeildo José da Silva, 47, da Polícia Militar de
Alagoas. Ele é o mais novo transplantado da equipe do cirurgião cardíaco
José Wanderley Neto, do Instituto de Doenças do Coração (IDC) da Santa
Casa de Maceió.
O doador foi o estudante Arthur Melo, que residia no município de União dos
Palmares, que teve morte encefálica declarada em conseqüência de um
acidente de trânsito – atropelamento.
O sargento Adeildo é natural da cidade de Novo Lino, reside em
Maceió, é pai de dois filhos e tem um neto. Ele sofria de miocardiopatia
dilatada decorrente de valvulopatia e já havia passado por outras três
cirurgias: uma ponte de safena e as outras duas para trocar as válvulas
mitral e aórtica, que foram substituídas por válvulas artificiais.
Em novembro do ano passado o militar entrou para triagem para
transplante e em abril passou a integrar a lista de espera por um outro
coração. Seu quadro clínico se agravou dia 28 do mês passado e precisou
ser internado, em estado grave, por descompensação cardíaca. Sua
salvação seria uma doação, que acabou por ocorrer nesta segunda-feira.
A cirurgia de transplante, comandada por José Wanderley, começou às
22h30 e terminou às 4h desta segunda-feira (1º). “Foi um sucesso. Deu
tudo certo e agora ele está se recuperando na UTI cardíaca. Seu quadro
evolui muito bem”, disse o cirurgião.
Combate ao crime– O caso de Adeildo José da Silva
pode ser considerado singular para quem sofre de miocardiopatia, doença
que costuma ser incapacitante e afastar os pacientes da atividade
laborativa.
A miocardiopatia dilatada provoca aumento do coração, o que exige do
órgão maior esforço para bombear o sangue. O reflexo disso é que o
paciente se cansa com facilidade, a ponto de não conseguir executar
tarefas comuns, como subir escadas, correr etc. O risco de uma parada
cardíaca nessas circunstâncias é sempre iminente.
Segundo depoimento de sua filha Taciane Tenório, “apesar da doença,
em nenhum momento ele aceitou se afastar de suas atividades na Polícia
Militar. Mesmo doente e tendo passado por uma cirurgia de ponte de
safena em janeiro (deste ano), ele continuou trabalhando e até fez o
curso para promoção a primeiro sargento”.
- Sempre disse que queria continuar nas ruas, combatendo o crime. E
antes do transplante, falou para a gente que quando se recuperar vai
voltar ao trabalho! – acrescentou ela.
A dedicação do sargento Adeildon foi reconhecida pelo comando da PM,
que no último mês de julho lhe condecorou com o diploma de Destaque por
Desempenho no combate à criminalidade.
Este foi o terceiro transplante cardíaco deste ano realizado por José
Wanderley Neto e sua equipe. Os pacientes anteriores foram Fabiano dos
Santos Oliveira, 29, em maio, e Fabiano dos Santos Oliveira, 49, em
maio. Ambos já retomaram suas vidas normais. (Extraído da página do
Instituto de Doenças do Coração)
Fonte: Diário do Poder