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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Peça Negrinha emociona atriz e público na Serra da Barriga

Nesse último sábado, 25, foi encenada na Serra da Barriga a peça Negrinha, da atriz paulistana Sara Antunes. Em cena com o monologo a atriz emociona o público ao relatar a história de uma criança negra que mora num engenho de açúcar no fim da escravidão.

Inspirado no conto homônimo de Monteiro Lobato (1920) e com influências de Gilberto Freyre (Casa-Grande & Senzala) e Câmara Cascudo, Negrinha representa o Brasil escravagista pelo ponto de vista de uma criança escrava, a protagonista Negrinha, identificada apenas por um apelido no diminutivo e com um futuro reprimido pelas paredes da casa grande.

A plateia que veio de Maceió e União dos Palmares, lotou o Restaurante Kúuku-Wáana, onde foi encenado o espetáculo. "Gostei do monólogo, as falas deixam a gente concentrado e emocionado. Reparei que muitos riam justamente em momentos que a personagem estava mais triste, acho que as pessoas não estão preparadas para esse tipo de peça", disse José Lucimar, que mora em Madri na Espanha.

Genisete Lucena, secretária de Cultura do município, disse: "amei a peça. Ela retrata a trajetória do negro no Brasil, muito bem representada pela atriz". O estudante Diego Nunes, 14 anos, morador do povoado Muquém comentou: "lembrei das aulas de histórias e fiquei impressionado com a voz que a atriz fez para interpreta a personagem".

O secretário de Educação Ricardo Praxedes e sua noiva Shirley Galvão interagiram com a personagem Negrinha. Segundo Ricardo Praxedes "não tem como não apoiar essas iniciativas culturais no município. Um bom exemplo são os resultados positivos que estamos tendo nas escolas palmarinas com os diversos grupos culturais".

Feliz com as parcerias para trazer a peça até União dos Palmares, Maria José da Silva, representante da Fundação Cultural Palmares - RR/AL, comentou no evento que os primeiros contatos para trazer a peça foi da ialorixá Mãe Neide OyáOxum, do Grupo União Espírita Santa Bárbara (Guesb). "Já tínhamos pensado em trazer a peça em 2013, mas esse é o momento exato com a inovação da serra", disse Maria José. 

Para os apaixonados por cultura, Maria José disse "a cada mês ou no máximo dois meses traremos uma peça de teatro para movimentar o Platô da Serra. Iniciamos com o pé direito com essa peça Negrinha, que já ganhou vários prêmios". Questionada sobre a escolha da Serra da Barriga para apresentar o espetáculo, Maria José falou que "estávamos esperando esse público de peso e qualidade que vieram prestigiar o evento. Quem veio ama a arte, já que disponibilizamos ônibus e foi muito divulgado nas rádios, blogs e redes sociais".
Com 20 anos de carreira, Sara Antunes chorou durante a peça e disse emocionada por estar no solo sagrado da Serra da Barriga. "Quem é brasileiro tem uma raiz negra, eu amo a cultura afro. Eu me sinto mais próxima dela do que da cultura europeia da cor da minha pele". 

Excursionando pelo Brasil com as peças Negrinhas e Um Sonho Para Vestir, a atriz estreia esse ano o filme Se Deus Vier que Venha Armado, onde contracena com o marido o ator Vinicius de Oliveira.

Estiveram presente ao evento a secretária de saúde Carla Theresa Borba, da psicóloga Diana, o agitador cultural Zema Ferreira, o fotógrafo João Paulo Farias, religiosos de matriz africana, estudantes da UFAL e jovens quilombolas do Muquém.
 
 



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Mais de 20 mil fiéis participam de procissão em União dos Palmares, AL

 Devotos de Santa Mª Madalena foram pagar promessas à padroeira.Tradição já existe há mais de 170 anos no município.
 
Mais de 20 mil devotos de Santa Maria Madalena participaram, no domingo (19), da Procissão do Mastro, em União dos Palmares, região Norte de Alagoas. A tradição já existe há mais de 170 anos.

Os primeiros fiéis chegaram logo no início da tarde para pagar promessas à padroeira da cidade. “Essa é uma santa muito milagrosa, todo que eu peço ela me favorece”, explicou o agricultor João Camilo da Silva.

As bençãos do padre anunciam a partida. Os fiéis percorrem cerca de 3 km levando um mastro de mais de 20 metros. Os carregadores se reveza durante todo o percurso da procissão. Eles acreditam que o sacrifício é uma forma de agradecer à santa pelas graças alcançadas.

“Eu só tenho a agradecer por tudo que ela fez por mim e por minha família”, falou emocionado o mestre de obras Luciano Rocha.

A cidade parou para acompanhar o cortejo, que segundo a Guarda Municipal, reuniu mais de 20 mil fiéis. O momento mais emocionante foi a chegada à Igreja Matriz, onde uma multidão já aguardava para acompanhar o ritual.

“Todos são bem vindos a essa festa, que não faz distinção entre cor e religião. Em primeiro lugar nossa veneração é por Jesus, e em segundo, por Santa Maria Madalena”, disse o pároco José Clerinaldo.

Depois de tanto esforço, os devotos se curvam à Santa Maria Madalena. Para o pecuarista que doou o mastro, o ritual mantém uma tradição não apenas da igreja, mas da família. “É uma tradição que passa de pai para filho, todos os anos fazemos questão de participar dessa festa”, falou Marcelo Galvão.

Fonte: G1/AL
  
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