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sábado, 19 de julho de 2014

Atendimento ao público é suspenso na Justiça Federal em União dos Palmares

Em razão da inauguração do novo edifício-sede da Subseção Judiciária de União dos Palmares que ocorrerá no próximo dia 25 de julho, o diretor do Foro de União dos Palmares, juiz federal Guilherme Masaiti Hirata Yendo, determinou a suspensão do atendimento ao público externo nos dias 21, 23, 24 e 25 de julho.

Os servidores, nesses dias, trabalharão internamente, em especial no desempenho de atividades necessárias ao traslado dos autos processuais e sua alocação no novo Fórum.

Ficam suspensos os prazos processuais, salvo em relação aos processos de rito sumaríssimo, do Juizado Especial Federal Adjunto..

No dia 22 de julho, também não haverá expediente na Subseção de União dos Palmares, pois é feriado municipal, dia da padroeira do município, Santa Maria Madalena, normatizado pela Lei Municipal nº 1.182 de 14 de junho de 2010.

Ficam suspensos os prazos processuais, e prorrogam-se para o primeiro dia útil subsequente os prazos vencidos naquela data.

Fonte: Ascom/Justiça Federal

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O racismo na mídia brasileira

“Sempre que venho ao Brasil, assisto à TV para ver como o país se representa. Pela TV brasileira, nunca seria possível imaginar que sua população é majoritariamente negra”. Esta observação, entre tantas outras acerca dos desafios que ainda cabem à luta pela igualdade racial no Brasil e no mundo, foi feita pela ativista estadunidense Angela Davis, em conferência em Brasília na noite de 25 de julho, na 7ª edição do Latinidades – Festival da Mulher Afro Latino Americana e Caribenha. “Não posso falar com autoridade no Brasil, mas às vezes não é preciso ser especialista para perceber que alguma coisa está errada se a cara pública deste país, majoritariamente negro, é branca”, acrescentou. 

Referência mundial na luta contra o racismo e autora de vários livros e pesquisas na área, Angela Davis, hoje com 70 anos de idade e mais de 40 dedicados à militância e à pesquisa da temática, fala com a autoridade de quem tem uma vida dedicada ao tema. E acerta em cheio. Para além da invisibilidade dos negros e negras na mídia brasileira, o racismo midiático se evidencia pela própria negação do racismo (recordemos o livro do diretor de jornalismo da Rede Globo, Ali Kamel, Não somos racistas, lançado em 2006) e pela afirmação de estereótipos a partir do ponto de vista hegemônico, que colaboram para reforçar uma atitude e um sentimento de auto-desvalorização nos negros e negras, assim como o desinteresse dos veículos de comunicação por suas causas e ações.

Como bem cita o pesquisador brasileiro Muniz Sodré, no livro Claros e escuros: identidade, povo e mídia no Brasil, “a mídia funciona, no nível macro, como um gênero discursivo capaz de catalisar expressões políticas e institucionais sobre as relações inter-raciais, (...) que, de uma maneira ou de outra, legitima a desigualdade social pela cor da pele.” (SODRÉ, 1999, p.243). Ou seja, é no espaço midiático que ocorrem grande parte das relações étnico-raciais brasileiras.

Mas, se este espaço é um dos principais reprodutores da lógica racista, pode também servir para promover a igualdade racial num país plural como o Brasil. Apesar de ainda haver muito por se construir até que a “cara pública” do nosso país – sobretudo aquela que se apresenta na televisão aberta – seja de fato a representação da nossa diversidade, há que se considerar alguns aspectos positivos e mudanças neste sentido. E dois exemplos recentes puderam ser vistos, em menos de 15 dias, na Rede Globo. A emissora dispensou, em dois momentos de sua programação (o programa Na Moral e a novela Geração Brasil), espaços significativos para a abordagem do racismo. E, no que se refere à terminologia, por exemplo, o assunto foi tratado sem eufemismos ou poréns, com este nome mesmo: racismo.

No programa Na Moral do dia 17 de julho, artistas e estudiosos negros falaram sobre o racismo na TV e suas experiências, a maioria dolorosas. Entre eles estava o cantor Thiaguinho, as atrizes Taís Araújo e Zezé Mota, o ator Aílton Graça e o cineasta e pesquisador Joel Zito Araújo. Negros e negras falando sobre o racismo na TV. A única exceção foi o diretor Daniel Filho, que estava lá porque, no final da década de 1960, dirigiu a novela A Cabana do Pai Tomás, cujo protagonista era um escravo negro vivido por um ator branco (Sérgio Cardoso), que pintava o corpo, usava peruca e rolhas no nariz para compor o personagem. Daniel foi ao programa explicar esta escolha absurda que, obviamente, gerou polêmica, pois havia bons atores negros consagrados na época (a esposa de Pai Tomás, inclusive, era a atriz negra Ruth de Souza).

Outro exemplo recente e que merece destaque foi a cena da novela Geração Brasil, exibida ao final do capítulo do dia 22 de julho, exatamente antes do início do Jornal Nacional. Foi uma cena longa (pouco mais de 12 minutos de duração), que teve como centro uma conversa entre o personagem Brian Benson (vivido por Lázaro Ramos) e Matias (vivido pelo jovem ator Danilo Santos Ferreira). A cena se passa em um reality show chamado “Geração Nem-Nem” e trata do racismo que o jovem Matias sofreu na infância, o que contribuiu significativamente para que ele se tornasse mais um jovem nem-nem (nem trabalha, nem estuda).
 
Nesse momento, a novela falou abertamente sobre o racismo sofrido por crianças negras na infância, sendo qualificado nitidamente como violência. No palco do programa de auditório que exibe a cena do reality show, onde estão a namorada e os pais de Matias (ele negro, ela branca), a mãe de Matias (a pedagoga Rita de Cássia), ao recebê-lo, pede desculpas ao filho por não ter observado isso, apesar da sua profissão. E a apresentadora, Pamela Parker-Marra (vivida pela atriz Cláudia Abreu), apresenta estatísticas sobre a desmotivação escolar de crianças negras, expondo o papel do racismo nesses índices e relacionando a questão ao seu sucesso nos estudos.

É positivo perceber, em 2014, a luta pela igualdade racial nos meios de comunicação, que vem sendo travada com mais intensidade a partir de meados década de 90, dando retornos positivos. A visibilidade dada às discussões sobre o racismo, sem a utilização de termos para “suavizar” a expressão, e seu reconhecimento como violência pela principal emissora do país não são pouca coisa. Isso nos inspira e nos faz sentir que a luta é válida porque, como já disse o dramaturgo e poeta alemão Bertold Brecht, "nada deve parecer impossível de mudar". Muito menos o racismo.

* Cecília Bizerra Sousa é jornalista negra, mestra em Comunicação pela Universidade de Brasília (UnB), integrante do Coletivo Intervozes e do Coletivo de Mulheres Negras Pretas Candangas.

Uma das perguntas “difíceis” que o candidato Aécio Neves terá que responder durante a campanha eleitoral, é a seguinte: afinal de contas, a organização da Copa do Mundo de 2014 é ou não é responsabilidade de Dilma Rousseff?

Segundo o candidato a presidente Aécio Neves, as obras da Copa só seriam responsabilidade da adversária petista se, como ele previu, o evento tivesse sido um fiasco no quesito organização. Ao ter sido um sucesso, o tucano agora diz que o mérito é “do povo”.

Aécio e seu partido não podem apagar o que disseram. A Folha de São Paulo de 22 de fevereiro deste ano, por exemplo, reproduziu alegação do senador tucano de que o governo Dilma era responsável pelos “atrasos nas obras de mobilidade urbana para a Copa”.

Contudo, junho chegou e, com ele, a Copa. Não houve fiasco. Muito pelo contrário: o Brasil e o mundo se espantaram com a boa organização de um evento que, durante anos, todos ouviram dizer que fracassaria devido à organização. Por conta disso, Dilma subiu nas pesquisas.

Aécio não falou sozinho sobre a responsabilidade de Dilma na organização da Copa. Por anos, mídia e oposição, em conluio, responsabilizaram o governo federal pelo que viesse a ocorrer durante o evento, em termos de organização.

Como foi dito anteriormente nesta página, essa gente não respeita o povo; julga-o incapaz de pensar e de sequer se lembrar de fatos recentíssimos. É uma aposta alta, como se verá logo adiante.

Agora, Aécio e os órgãos de imprensa que o apoiam tentam confundir a organização da Copa com o resultado devastador que a Seleção brasileira obteve em campo. Capa do jornal O Estado de São Paulo de 10 de julho último afirma, na caradura, que Dilma “tenta” se “descolar” do “fracasso” da Seleção.
 
Como assim, “Dilma tenta se descolar”? Quer dizer que a presidente da República está “colada” ao “fracasso” da Seleção? Ela, por acaso, é a treinadora da equipe? Foi ela quem escolheu o treinador? Foi ela quem escolheu a direção da CBF?

Matéria do mesmo Estadão afirma, já no título, que “Tucanos avaliam que derrota na Copa anula discurso de petista” – ou seja, de Dilma. Segundo o texto, “Comitê de Aécio acredita que Dilma não poderá mais explorar Mundial” e quer que o “Sucesso extracampo” do evento seja “atribuído ao povo”.

Vamos esmiuçar a expressão “sucesso extracampo”. Significa, por óbvio, sucesso fora do campo. Que sucesso existe “fora do campo”? A organização do evento, claro.

Muito bem: então, pelo menos, Aécio e seu partido já admitem que a organização da Copa, que tanto criticaram, é um sucesso.

A grande pergunta que precisa ser feita ao candidato tucano, portanto, é a seguinte: como essa organização pode ser atribuída agora ao povo se até há pouco o mesmo candidato e seu partido atribuíam ao governo?

A péssima estratégia de Aécio foi comprada pela mídia tucana, que aumentou a aposta. Nesta sexta-feira, outro jornal apoiador de Aécio (a Folha) levou seu discurso torto à primeira página, em manchete principal.

Aécio critica uso da Copa? Sim, critica. Refere-se à organização do evento, pois Dilma tem dito que os pessimistas que previram “caos” agora têm que aplaudir. Mas quando ele disse que haveria esse “caos”, não fez “uso” da Copa?

Esse discurso duplo de Aécio é um suicídio político, mas só se a campanha de Dilma expuser essa contradição. Infelizmente, apesar de o ministro Gilberto Carvalho ter manifestado seu repúdio à cara-de-pau do candidato tucano, não houve uma declaração precisa sobre o que Aécio dizia antes e o que diz agora sobre a organização da Copa.

Contudo, a campanha eleitoral está só começando e os fatos estão amplamente registrados.

É óbvio que essa contradição do candidato tucano a presidente será levantada. Como ele irá explicar que a organização da Copa era responsabilidade de Dilma quando diziam que o evento fracassaria e deixou de ser quando, segundo os tucanos, tornou-se um “sucesso”?

A menos que a campanha de Dilma resolva colaborar com o adversário e deixe de expor o discurso duplo de Aécio sobre a organização da Copa, ele ficará em uma bela sinuca – não terá como responder à questão que este Blog propõe.


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