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quinta-feira, 19 de abril de 2012

O Desafio de me Tornar Professor de Química Por Nivaldo Marinho

Minha formação de ensino fundamental e médio

Desde meus primeiros anos de vida na escola, frequentei escolas públicas e de origem humilde. Comecei a trabalhar aos 10 anos juntamente com meus quatros irmãos. A minha mãe era professora da rede municipal e o meu pai era agricultor, não puderam nos oferecer bens materiais, porém sempre fizeram questão que estudássemos, nos fazendo acreditar que o estudo seria uma forma digna de prosperar na vida e conseguirmos a emancipação. Com essa perspectiva, acreditei e sempre tentei dar o melhor de mim, nunca fui aluno destaque, no entanto sempre consegui nota maior ou igual à média. Sempre me identifiquei com Ciências e ao cursar a 8ª série, hoje 9º ano, tive a certeza de que tinha vocação para o estudo de ciências. Muitas vezes questionava minha professora de Ciências, querendo entender os astros, a Química Industrial e ela, Dona Socorro, Professora da Escola Estadual Monsenhor Clóvis Duarte de Barros _ dizia: “Meu filho eu não sei lhe responder essas coisas, pois não entendo muito, mas tenho certeza que você vai estudar e se tornar um ótimo professor de Química, eu ainda vou aprender com você”. Aquele comentário ficou gravado em minha mente e desde então me dediquei com maior intensidade e vontade de vencer. Ao terminar a 8ª série me submeti a processo seletivo da Escola Técnica Federal de Alagoas (hoje IFAL) e graças a Deus fui aprovado no curso de Química Industrial. Foi motivo de orgulho e felicidade para minha professora e minha família, naquele momento eu senti que parte do meu sonho começava a se realizar.

Era janeiro de 1987, eu tinha 16 anos, adolescente buscando um ensino de qualidade e gratuito visando conseguir uma profissão. No primeiro ano foi muito difícil e cansativo, a Secretaria Municipal de Educação só possuía um ônibus para transportar os alunos para Maceió, e eram os universitários que tinham prioridade nos assentos, os alunos de curso técnico eram reservas das poltronas, ou seja, só se sentava quando um universitário faltasse, era meu caso, viajar em pé, e quando o ônibus quebrava apelava por carona, pois não tinha condições de pagar transporte e nem podia levar falta, perdi muitas provas por esse motivo. A partir do segundo ano as dificuldades amenizaram um pouco, pois, eu estudava no turno matutino e passei a trabalhar como bolsista no turno vespertino e noturno na biblioteca da ETFAL.

A fase de bolsista na biblioteca foi muito importante para mim, pois eu tinha acesso a todos os livros e nos momentos de folga estudava bastante tomando gosto pela leitura. Foram quatro anos de muita dedicação, superação e aprendizagem. Durante os quatro anos fui usuário de carteirinha da merenda escolar, a chamada “gororoba” foram momentos marcantes e divertido, principalmente as conversas e brincadeiras com os colegas na fila do refeitório.

Assim em 1992 conclui o curso técnico de Química industrial e ao estagiar na Indústria de Laticínios São Domingos fui contratado e durante cinco anos respondi pelo controle de qualidade da indústria. No mesmo ano recebi o convite para assumir as turmas de Química do horário noturno como professor contratado na Escola Estadual Carlos Gomes de Barros, aceitei o convite e o desafio de assumir turmas de ensino médio onde o mais jovem era eu: “O professor de química”. No começo senti um pouco de medo e insegurança, minhas pernas tremeram, alguns alunos mais velhos do que eu até perguntaram: “o que esse menino veio fazer aqui?” Quando me apresentei como professor de química, foi uma surpresa para todos. As primeiras aulas foram difíceis, mas logo peguei o ritmo e me adaptei a nova realidade, foi uma experiência incrível, naquele momento me senti realizado. Hoje percebo que falhei em determinados momentos por não ter uma formação adequada, tinha muita vontade de continuar os estudos, mas a necessidade de trabalhar era maior, continue lecionando mesmo sem formação em licenciatura, cada aula era um laboratório para mim. Sabia que era necessário ingressar no curso superior, porém só a Universidade Federal de Alagoas oferecia o curso em Licenciatura em Química, eu tinha que optar o trabalho ou o estudo, e mais uma vez a necessidade falou mais alto, tive que continuar trabalhando adiando o sonho da licenciatura em química [...]

Finalmente em 2005 fui aprovado no vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN no primeiro curso de Química a distancia no Brasil, realizado na Universidade Federal de Alagoas – UFAL. Conclui em 2010, atualmente leciono na Escola Estadual Rocha Cavalcanti.

Integrante do Mesa z – rádio Zumbi , correspondente do site uniãodospalmares.com

Sociedade CiviI Discurte Violência no I Fórum do Movimento União Pela Paz


Aconteceu nos dias 18 e 19, o I Fórum de Discussões Sobre Violência, organizado pelo Movimento União Pela Paz. O evento que foi apresentado na Câmara Municipal de Vereadores de União dos Palmares.

No primeiro dia de
discussão, o mediador foi o blogueiro Sérgio Rogério, estiveram presentes Pedro Montenegro, Ana Paula da Superintendência da Juventude, o comandante do 2º Batalhão de União, o Major André Araújo Silva, os juízes Igor Figuereido e Carlos Bruno, assim como representantes de sindicatos, associações diversas e membros do movimento.

Pela manhã o
palestrante Pedro Montenegro iniciou os trabalhos com os dados do mapa da violência no Estado de Alagoas. De acordo com o estudo a maioria dos homicídios cometidos no Estado, as vítimas são do sexo masculino, jovens e de cor negra. Ressalta ainda que Alagoas tem os maiores índices de violência voltados para os homens negros, mas é o Estado tido como melhor ocolhedor para homens de pele branca.

No decorre de sua apresentação Pedro Montenegro disse que pesquisas feitas sobre o horário de maior índice de crimes cometidos em
Alagoas, comprovam que a maior ocorrência é entre 12:00 ás 18:oohs, dado que fez derrubar o projeto de fechamentos de bares que funcionam a noite na capital. Disse ainda que não temos planejamento de ações voltadas para a segurança pública, e que hoje nossa estrutura é péssima e queremos pular para a condição ótima.

Finalmente, Pedro Montenegro pediu que não nos acostumarmos com as mortes
expostas pelas ruas das cidades.

O segundo
palestrante do dia foi o Géografo Carlos Eduardo Nobre (Visão Geográfica da Violência). Ele é professor da UNEAL, campus de União dos Palmares.

O professor fez leituras de especialistas na área da violência, e
explanação sobre as condições dos brasileiros menos favorecidos. Relata que é preciso entender o capitalismo e suas ações voltadas para o homem.

Hoje dia 19, o mediador foi o advogado Bruno Monteriro e as discussões tiveram um ponto em comum entre os
palestrantes, já que Marcelo Brabo, Antonio Casado e Amaro Jorge da Silva, falaram da importância do voto, os mesmos disseram que a escolha de candidatos sérios tem a maior probabilidade de melhores governos e posteriormente políticas públicas para toda a sociedade.

O representante do Conselho de Segurança Pública do Estado e
OAB, o advogado Marcelo Brabo disse também que o Estado tem que valorizar os profissionais da segurança, ter uma melhor infra-estrutura das delegacias, viaturas e aumento de homens nas ruas. Outras medidas para ele serão apenas paliativas. O advogado disse que essas mobilizações que vem ocorrendo em Alagoas é importante porque os cidadãos reinvidicam seus direitos.

Brabo, disse que se entristece por ver espaços como esse, se referindo a Câmara de Vereadores onde poucos comparecerem. Já o major Antônio Casado disse que viria aos próximos debates, mesmo sabendo que provavelmente o número de pessoas não passariam dos que se encontraram ontem e hoje no evento. Para ele poucos tem compromisso com coletivo.

Antônio Casado disse também desacreditar nas pesquisas que apontam o Estado de Alagoas como o mais violento do país, ao tempo que disse que a Fundação Gétulio Vargas, classificou o Bairro Selma Bandeira como o lugar mais seguro do Brasil. O Militar enumerou exemplos do porque o lugar, antes um dos mais violento da capital, hoje recebe o título de instituições como local seguro para a família, e finalmente que o envolvimento da comunidade é de tamanha importância, já que eles não deixam que os policias que hoje trabalham lá sejam transferidos.

Amaro Jorge da Silva representante da Secretaria da Paz, disse que a capital
Maceió em termos de cultura para os jovens se produz pouco, para ele a falta de cinemas, teatros, centros culturais e que esta falta pode ter relação com os índices do aumento da violência que estamos vivendo hoje. Iniciativas de cursos de fotografias, pinturas, grafites e incentivo ao esporte tiram as crianças e jovens do caminho das drogas, que é o principal motivo da violência.

Amaro Jorge também
parabenizou o Movimento União Pela Paz por essa iniciativa e, que possa trazer os estudantes e sociedade palmarina para esses encontros e sugeriu que o movimento não pare com as caminhadas, fóruns e palestras.




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