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segunda-feira, 2 de junho de 2014

Secretaria de Assistência Social promove encerramento da Campanha Nacional de Combate a Exploração Sexual da Criança e do Adolescente


Na última sexta-feira (30), Creas, Cras, SCFV (Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos), o antigo Peti, e a secretaria municipal de Assistência Social, se uniram para comemorar o encerramento da Campanha Nacional de Combate ao Abuso Sexual da Criança do Adolescente.

A campanha que teve como objetivo realizar e fortalecer as ações de enfrentamento a violência sexual de crianças e adolescentes pelo Brasil, e foi realizada no município com a iniciativa de conscientizar a população a respeito da importância da defesa de crianças e adolescentes. Durante todo o mês de maio, as equipes dos programas da Secretaria municipal de Assistência Social realizaram palestra no auditório da prefeitura que contou com a presença de alunos das redes municipais e estaduais de ensino, além de alunos das escolas particulares.

A secretária acredita ser de grande importância o envolvimento das crianças nesta campanha. “A conscientização e conhecimento a respeito do assunto deve também ser repassados às crianças. Fiquei muito feliz com o trabalho de troca de informações, prevenção e alerta às crianças e adolescente”, disse Rita. ”Todos os nossos profissionais estão de parabéns pelo brilhante trabalho realizado”, acrescentou. 

Durante todo o mês de campanha realizado no município, mil e quinhentas crianças assistiram às palestras que ficaram distribuídas em cinco dias, e aproximadamente setecentas crianças participaram do encerramento que foi marcado por apresentações artísticas retratando o caso Araceli, uma criança brasileira assassinada violentamente em 18 de maio de 1973 por Paulo Constanteen Helal e Dante Michelini. Seu corpo foi encontrado somente seis dias depois, desfigurado por ácido e com marcas de extrema violência e abuso sexual.

Os autores do crime, pertencentes a famílias influentes do Espírito Santo, pela influência política e econômica jamais foram condenados, mesmo com fortes evidências de que este não foi o primeiro crime da dupla. Posteriormente, a data da morte de Araceli foi transformada no Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes pelo Congresso Nacional.

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Megaeventos; Copa da FIFA no Brasil



Jeferson da Silva Santos
Estudante de Geografia
Universidade Federal de Alagoas



Há muito tempo, estudantes, professores e demais pesquisadores de diversas áreas do conhecimento tem buscado reunir informações e sistematizar dados sobre os impactos da realização de megaeventos nos países por todo o mundo. Em um artigo datado de 2012, o professor de Geografia Claúdio Custódio define o seguinte quadro:

“Um dos grandes paradoxos dos megaeventos é que seu arrazoado econômico não é nada preciso, mas a política leva os possíveis anfitriões a enfatizar esses benefícios de qualquer modo. A história está cheia de casos de Jogos Olímpicos que deram prejuízo, e um certo volume de literatura acadêmica questiona se os megaeventos cumprem suas promessas econômicas e se os organizadores são suficientemente críticos e objetivos em suas avaliações de impacto. Os céticos muitas vezes alegam que sediar megaeventos tem tanto a ver com o prestígio nacional quanto com a economia, e que a teoria do ‘benefício econômico’ simplesmente visa legitimar o que constitui um dispendioso exercício de publicidade”

(Os “megaeventos” beneficiam os países sede?)

Os jogos olímpicos de 2008 deixaram muitos “elefantes brancos”, ou seja, estruturas que depois dos jogos não puderam ser reaproveitadas pela população local, na China. No mundial de futebol na África do Sul, a FIFA decretou um verdadeiro Estado de Exceção no país, inclusive mudado leis, prendendo, torturando e matando quem era contra a realização dos jogos em detrimento a precariedade da nação africana. Nas Olimpíadas que aconteceram na Inglaterra em 2012, em meio a uma crise financeira o governo gastou mais na realização dos jogos do que nas dívidas do país o que ocasionou em mais endividamento e quem pagou foi o povo com cortes de funcionários, aumento de impostos e congelamento de aposentadorias.

A crise mundial, que começou a se apresentar em 2008 nos Estados Unidos da América (EUA), com a farra dos créditos aliada a especulação imobiliária, atingiu todo sistema financeiro de todos os países do mundo. Principalmente, aqueles que mantêm acordos político e econômico com os EUA.

As grandes potências mundiais começaram a quebrar e precisam explorar novos mercados. Assim, surgem as disputas pelo controle territorial através das forças militares. Exemplo os recentes atritos na Síria, na Venezuela e na Ucrânia.

A ideia de realizar um megaevento no Brasil vem desta ideia de explorar novos mercados internacionais. Por isso, a maior propaganda do Brasil no exterior é o futebol e o turismo sexual.

O Brasil sentiu e ainda sente as dificuldades desta crise mundial, que não é apenas financeira é estrutural. Por exemplo, as revoltas e rebeliões populares que sacodem o mundo são causadas por questões econômicas, mas são inflamadas por questões politicas e a luta por encontrar novas propostas para solucionar os problemas sociais do século XXI tem se demostrado uma guerra encarniçada dos povos de todo o mundo e no Brasil não têm sido diferente.

O velho Estado brasileiro tem uma estrutura secular e bastante injusta. A economia é sustentada principalmente pelo Capital do comércio dos produtos agrícolas, as exportações, produzidas pelo agronegócio, diga-se latifúndio de novo tipo. O que torna o país dependente da especulação e da capacidade de consumo de outros países, principalmente EUA e países da Europa que estão quebrando.

A indústria brasileira é no máximo uma grande fábrica de montagem de peças desenvolvidas por tecnologia estrangeira. As riquezas naturais são vendidas ou roubadas por empresas e “ong’s” internacionais de pesquisa. A solução para todos os males do serviço público, que é dever do Estado, é sempre a via privatista. Como a venda das ações da Petrobrás, da saúde e da educação, também as concessões de rodovias, matas e rios.

O Brasil é dirigido pelos interesses políticos das oligarquias semifeudais que dominam as regiões brasileiras, dos banqueiros e dos interesses estrangeiros, principalmente dos EUA. Esta dominação política atrasa o país em várias questões como democratização do espaço agrário para soberania alimentar, do espaço urbano para solucionar o problema da moradia, no desenvolvimento na educação, na saúde, segurança, etc.

Segundo relatório divulgado na Suíça pela ONG Conectas e a Ancop (Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa) mais de 170 mil pessoas já foram despejadas de suas casas por razão da Copa da FIFA no Brasil em 2014 e podem chegar a 250 mil até o final de Maio de 2014.

Todas estas remoções realizadas para “higienizar” as cidades que vão sediar jogos da Copa, para que os “gringos” não vejam a miséria brasileira. Todas realizadas com bastante violência policial, inclusive prendendo, torturando e em alguns casos matando trabalhadores. Exemplos desta militarização em prol do mundial da FIFA são as UPP’s no Rio de Janeiro, que já torturaram e mataram o pedreiro Amarildo e a diarista Claúdia.

A repressão militar contra as manifestações contrárias a realização da Copa da FIFA têm sido brutais. As manifestações não contra o futebol, mas contra o descaramento de realizar um megaevento em detrimento as necessidades do país.

Nas históricas Jornadas de 2013, mais de 300 pessoas foram presas por todo o Brasil criminalizadas por protestarem. Só nas primeiras manifestações de 2014 este número já passou de 500, segundo dados da própria PM. Em Goiânia, recentemente, estudantes foram presos acusados de fazerem parte de movimento estudantil e as provas foram panfletos, jornais e livros encontrados nas casas deles. Isso não caracteriza um “Estado democrático de direito”.

Não concordo com a realização da Copa da FIFA, Olímpiadas nem qualquer outro megaevento internacional no Brasil sem antes resolver os problemas seculares do povo brasileiro.

Até porque, ninguém conseguirá calar as vozes que vem das ruas; Não Vai Ter Copa! Pode até acontecer os jogos, mas esta é a Copa mais desmoralizada de todos os tempos. Se isso não fosse verdade, a presidenta anti-povo e vende pátria da Dilma Roussef (PT) não teria cancelado seu pronunciamento de abertura da Copa, temendo ser vaiada de novo como na Copa das Confederações em 2013.

O legado da Copa da FIFA no Brasil será os estádios que não terão proveito para a população depois da Copa; Os rombos estratosféricos no orçamento público, oficialmente 28 bilhões segundo o Ministério dos Esportes; As famílias desabrigadas pelas ruas das cidades; A volta do Estado ditatorial com a prisão de militantes políticos e consequentemente as torturas e assassinatos dos mesmos.

União dos Palmares, Alagoas
Junho de 2014