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quarta-feira, 25 de maio de 2011

Militantes do Movimento Negro e Admiradores Manifestaram Seu Pesar e Prestaram Homenagens Pela Morte da Liderança


“Ao lamentar sua perda, transmito à família de Abdias Nascimento meu sentimento de sincera solidariedade. Estou segura de que seu legado continuará a inspirar a todos nós, brasileiros, a perseverar no caminho da igualdade e da justiça.”, Dilma Rousseff, presidenta da República.
“Nas mãos de Abdias do Nascimento, a bandeira de defesa da igualdade ganhou o caráter de luta do interesse de toda a Humanidade. Sem esquecer, ainda, que, por mais política que fosse, ele não deixou jamais de ancorá-la profundamente na cultura”, Ana de Hollanda, Ministra de Estado da Cultura.
“Ele é nosso Zumbi, nosso líder. Foi uma honra ter vivido esse tempo de heróis e ter convivido com esse bravo ser humano. O Brasil e em especial nós – afro-brasileiros –perdemos um dos mais importantes nomes da nossa história”, Benedita da Silva (PT-RJ)
“Um grande brasileiro que teve ao longo de sua vida dedicação e compromisso com a luta em defesa do povo negro, e com a história social e política dos negros. Que não calou no período da ditadura militar.” Senador João Pedro (PT-AM)
“Um gigante na luta contra o racismo” Senadora Marta Suplicy (PT-SP)
“Abdias é um ícone de luta e deixou uma herança de conquistas para nós, povo negro! À sua memória, honramos o caminho de guerra e conquistas que nos deixou com seu ensinamento de combatividade e resistência, para nós que militamos por um país mais justo e igual”, Luiz Alberto, deputado federal (PT/BA)
“Morreu Abdias do Nascimento, um homem que foi tantas coisas que é difícil enumerar e, em todas elas, foi um só: um brasileiro negro, que amou a arte, o conhecimento e as pessoas”, Brizola Neto, deputado federal (PDT/RJ)
“Muito triste com o falecimento do saudoso Abdias do Nascimento! Sua luta a favor da equidade de direitos entre raças é algo histórico! Nós, afrodescendentes, perdemos um grande líder, uma grande referência. O Brasil perde um ser humano fantástico! Descanse em paz, mestre!”, Netinho de Paula, vereador.
“Adeus Abdias Nascimento, Valeu por tudo!”, Jorge Washington, ator do Bando de Teatro Olodum
“O companheiro Abdias da Silva estará sempre presente entre nós, que seguindo seu exemplo de vida, continuaremos a lutar por um mundo sem racismo e contra todas as formas de exclusão, opressão e dominação, como nos ensinou esse mestre”, Flávio Jorge Rodrigues da Silva, Diretor da Fundação Perseu Abramo, militante da SOWETO – Organização Negra, e da direção da Coordenação Nacional de Entidades Negras (CONEN).
“A trajetória deste incansável combatente contra o preconceito racial vai ficar marcada para sempre como fonte de inspiração inesgotável a advogados e outros militantes da área de direitos humanos, além de ser um registro indelével na história do Brasil”, Eduardo Pereira da Silva, presidente da Comissão da Igualdade Racial da OAB-SP.
“Ele nos deixa a responsabilidade dessa luta ser levada adiante. Como todos os grupos de teatro negro, somos herdeiros do Teatro Experimental do Negro. A presença dele agora está em nós”, Marcio Meirelles, diretor do Bando de Teatro Olodum
“Ele mobilizou a mocidade negra, é um exemplo de esforço e de resistência. Foi a figura essencial do movimento”, Mãe Stella de Oxossi, ialorixá.
“Morreu o nosso grande professor, liderança, referência. Ficamos muito mais fortalecidos quando o conhecemos”, Antônio Carlos dos Santos Vovô, presidente do Ilê Aiyê.
“É incontestável que Abdias Nascimento tenha exercido papel fundamental na garantia dos direitos à população negra. A sua morte é uma perda para toda a sociedade, mas o seu exemplo e as suas conquistas serão para sempre reconhecidos”, Sérgio Cabral, governador do Rio de Janeiro.
“Ele foi um incansável defensor dos direitos humanos em geral. Deixou um legado fantástico. Considero um dos homens mais completos a nível de consciência e firmeza no servir ao Brasil”, frei David, da ONG Educafro.
“Ele era inspiração para todos nós. Guerreiro que tem um legado político cultural e educacional inestimável”, Lázaro Ramos, ator.
(*) Colaborou: Denise Porfírio e Maíra Valério.

Fonte: Fundação Cultural Palmares

Abdias do Nascimento Recebeu Medalha Zumbi dos Palmares em 2007

Íntegra do discurso da vereadora Vânia Galvão ao entregar a medalha Zumbi dos Palmares para Abdias do Nascimento, no seu primeiro mandato, em 2007. Abdias faleceu na manhã desta terça-feira (24), no Rio de Janeiro.

Em 2005, ao lado de lideranças sindicais negras do servidorismo da Universidade Federal da Bahia, iniciou-se uma conversa sobre o brilhantismo do professor Abdias do Nascimento, e sobre a importância de suas ações para às inúmeras lutas e conquistas dos negros e negras no nosso país.

Iniciamos a conversa comentando sobre o enriquecimento das produções teatrais na Bahia; sobre as encenações do Bando de Teatro Olodum e de outras companhias, menos conhecidas, mas com um trabalho fenomenalmente bom. Não foi de modo não-intencional, em face da realidade de opressão vivenciada pelo povo negro no Brasil, notadamente na Bahia, que discutimos a gama de atores e atrizes, negros e negras, que saiam da cozinha, do espaço do motorista, das favelas das telas e dos palcos, para ocuparem espaços protagonistas.

Falávamos da normalização dos personagens negros e da luta que o movimento negro travou e trava para que esta conquista se perfectibilize. Por incrível que pareça, uma de nossas companheiras dizia que o Mussum (do programa televisivo Os Trapalhões) era justamente aquilo que o Estado ideologicamente entendia que o negro fosse: bêbado, maltrapilho, sem perspectiva, delinqüente potencial.

Lembramos Chica Xavier, lembramos Antônio Pitanga, Milton Gonçalves e tantos outros e outras que abriram espaços para essa nova geração. E, em um dado momento, o companheiro Luizão refletiu: “Abdias do Nascimento, Abdias do Nascimento, ele é chamado de o Zumbi do Teatro.” Para mim, vereadora dessa cidade e pessoa atuante nas organizações políticas (partidárias ou sindicais) estava emblematizada a imagem do “Abdias senador da república”, que exerceu o cargo durante um ano (1991), para depois aceitar a condição de Secretário de Defesa e Promoção das Populações Afro-brasileiras do Estado Rio de Janeiro, no governo de Brizola, ficando no cargo até 1994; e do novamente senador (1996-1999).

A cada palavra transmitida, surgia para mim um Abdias desconhecido. E eu fiquei, mais interessada em apreender e conhecer a história desse líder notável e necessário. Chegou um momento em que o Teatro Experimental do Negro veio à tona: formação dos primeiros atores e atrizes negros/as em teatro no nosso país, cinqüenta e sete anos após a abolição da escravatura. E, mais do que isso, a coragem de pleitear a elaboração e a implementação de políticas públicas que amparassem a população negra, pela conquista da eqüidade e em combate à discriminação racial.

Historiaram-me o “Abdias artista plástico” que eu, peço desculpas pela ignorância, não sabia existir. Apresentaram-me o Museu das Artes Negras e a algumas produções artísticas do próprio Abdias. Pesquisei sobre Abdias e deparei-me com prenúncios das comemorações dos seus 90 anos. Iria ocorrer exposições em várias partes do país. Navegando no site, deparo-me com um artigo do professor Carlos Moore, cubano radicado na Bahia. Diferentemente de muitas coisas que vi, ele mostrava um pouco (salvo engano) das relações internacionais do Abdias e a apresentação de uma pauta pan-africana para o mundo; e, parafraseando Moore, o problema de que “métodos a utilizar na luta pela liberdade dos povos negros”.

Na minha pesquisa, marcou-me, aspectos do exílio do Abdias; mas, principalmente, o quanto de acúmulo bibliográfico e de referenciais de lutas concretas nos mais diversos espaços privados e públicos um líder negro poderia se balizar, quando da condução de suas ações. Li um pouco sobre o ato público de 1978 contra o racismo, mesmo com um poder político-ditatorial. Passei pela criação do Movimento Negro Unificado – MNU (o manifesto e a escadaria). Fiquei em êxtase.
Com muita felicidade, o professor, ex-senador da república, ex-deputado federal, artista plástico, ator, pan-africanista Abdias do Nascimento encontra-se aqui, em Salvador, para ser agraciado com as mais elevadas honrarias que o Poder Legislativo pode conceder: o título de cidadão de nossa cidade e a medalha Zumbi dos Palmares.

São 93 anos vida, lutas e vitórias. O saldo é mais que positivo. A militância e o povo negro desse país podem falar com mais legitimidade do que eu. Parabéns professor Abdias; parabéns povo negro de Salvador; parabéns, povo negro de todo o Brasil!
Vânia Galvão
Vereadora PT/SSA

Site Vânia Galvão

Abdias Não Morreu, Encantou-se. Por Arísia Barros


Não conheci Abdias Nascimento pessoalmente, mas sempre me encantou a capacidade do homem de mover-se por entre as possibilidades.
Conheci Abdias Nascimento, através das muitas vozes uníssonas em falar da importância do maestro que movia e provocava palavras e ações afirmativas.
Abdias Nascimento redesenhou a nossa biografia étnica, explicando, aprofundando, desatando os nós da história que se faziam estrategicamente silenciosos.
É o encantado militante negro que ensinou a uma ampla maioria minorizada a necessária legitimação pública dos direitos civis, como reconhecimento da nossa rica e substantiva pluralidade: população negra brasileira.
Não só o povo de pele preta experimenta uma orfandade abrupta, mas toda arquitetura da história global construída pelo professor, político, artista, articulador,visionário, e, acima de tudo, militante negro peleja com a metáfora da morte.
Abdias Nascimento nos ensinou a ser intérpretes dos caminhos das expectativas, probabilidades e possibilidades.
Aventurou-nos na rota da independência com autonomia.
Sim, nós podemos!
Abdias Nascimento desnaturalizou publica e didaticamente os séculos de escravatura que aprisionou- a nós, o povo de pele preta e a nossa consciência, à perversidade do racismo e do apartheid social e econômico.
Abdias Nascimento é o consolidador de identidades e vocações políticas do povo de pele preta e de muitas outras cores, na nação brasileira.
Homens como Abdias Nascimento não morrem, encantam-se em cantos infinitos das histórias e memórias vizinhas da equidade humana e justiça social.
Morreu? Não. Encantou-se!
O mestre Abdias Nascimento é o espelho da encantada e imorredoura história de um grande herói brasileiro.
Que a espiritualidade maior o acolha!
Asé!

Blog Raízes da Africa

+ Sobre Abdias Nascimento

Convite!!!





Nós, do Ministerio de Artes servos do Senhor, da Paroquia de Santa Maria Madalena, vimos por meio deste, convidar a juventude da cidade de União dos Palmares a participar de uma oficina de teatro, que será realizada no dia 05 de Junho de 2011 à partir das 08:00h da manhã, na capela de Nossa Senhora de Fatima, localizada no Bairro de Fátima. Aos que participarem da oficina, será dada a aportunidade de encenar conosco em algumas apresentações.Venha participar junto conosco desse momento. Lembrando que a oficina é inteiramente GRATUITA !!!!

Para maiores informaçoes:
082 91450490
ministerioss.blogspot.com
@servosdosenhor ( Twitter )