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terça-feira, 19 de junho de 2012

União dos Palmares elabora plano de cultura

O município de União dos Palmares terá um Plano de Cultura para os próximos dez anos. Esse foi o principal objetivo da Conferência Municipal de Cultura, realizada na sexta, 15, e no sábado, 16, no auditório do Centro Administrativo. A abertura aconteceu na noite de sexta com a presença do prefeito Areski Freitas, do secretário-adjunto de Estado da Cultura, Álvaro Vasconcelos e do secretário municipal de Cultura, Elson Davi, além de outros convidados.

O objetivo é de que o Plano Municipal de Cultura tenha validade por dez anos a contar de 2013. A conferência reuniu representantes de entidades, grupos culturais, sociedade civil e autoridades. “É de grande importância a construção deste plano para o município, se for levado em conta que no país quase 800 municípios têm seus trabalhos pautados em cima do planejamento. É um grande avanço em uma área tão importante”, disse Álvaro Vasconcelos.

O secretário municipal de Cultura, Elson Davi, destacou a importância da criação do plano, como meio de disseminação da cultura em União. Ele mostrou aos presentes as ações desenvolvidas pela secretaria no município durante os quatro anos em que assumiu a pasta. “A cultura é um instrumento de inclusão e transformação social”, disse. “Vamos ainda fazer algumas consultas públicas aos segmentos culturais, sobre as propostas que ainda podem agregar ao plano, em seguida vamos formatar o documento, fundamentar e enviar para a Câmara a fim de se tornar uma lei municipal. Nós estamos construindo o futuro e o primeiro passo foi este plano”, acrescentou Elson Davi.

“Em nosso governo o incentivo à cultura está nas prioridades, destacamos a diversidade cultural do município e ressaltamos que o plano irá preparar a cultura para o futuro de União dos Palmares”, disse o prefeito Areski Freitas ao discursar na abertura da conferência, que contou com dez eixos temáticos e reuniu diversos cidadãos que foram formando as propostas e diretrizes para implantação do Plano Municipal de Cultura (2013-2022).

Com base em aproximadamente 30 propostas por eixos, o plano terá ampla abordagem e projetos para serem planejados, desenvolvidos e executados pelos próximos dez anos.


Site AMA

Em Alagoas, descendentes de escravos lucram com fama de escaparem da cheia de 2010 em jaqueiras

Na noite de 18 de junho de 2010, a comunidade de Muquém, formada por quilombolas (descendentes de escravos que viveram em quilombos), em União dos Palmares (73 km de Maceió), viveu aquilo que apontam como o maior drama desde o fim da escravatura. Acostumados com as cheias do rio Mundaú, os moradores perceberam, no fim da tarde daquele dia, que estavam diante da maior enchente que viveram até então.

Sem alternativas, 52 dos quilombolas subiram em duas jaqueiras para escapar da força da água que àquela altura destruía as casas e levava móveis dos moradores—e foram dados como desaparecidos por três dias, até serem localizados por uma equipe da Defesa Civil.

A forma encontrada pela comunidade para sobreviver à tragédia foi destaque nacional e fez com que muitos turistas visitassem o local. Dois anos depois da noite que nunca saiu da memória dos moradores, a comunidade colhe os frutos da fama causada pela luta pela sobrevivência.

A artesã Irinéia Rosa Nunes, 65, é conhecida por retratar a vida em esculturas de barro. Inspirada naquela noite, ela criou uma peça em que retrata a imagem dos quilombolas em cima da árvore. Resultado: dezenas de esculturas foram vendidas, especialmente a turistas que ainda visitam o local.

“Essa foi uma ideia da minha imaginação, de transformar aquela noite marcante em uma arte. Depois daquele dia, muita gente veio do Rio de Janeiro, de São Paulo para nos conhecer e ver a jaqueira”, disse a artesã, que vende cada uma das peças por R$ 70.

Mas se engana quem pensa que Irinéia passou a noite em uma das duas jaqueiras. “Eu, em vez de árvore, passei a noite com mais quatro pessoas em cima de um amontoado de dormentes (madeira que compõe o trilho do trem), no escuro total, só ouvindo o barulho da água levar tudo. A gente não fugiu antes porque não imaginava que a água uma dia chegaria a essa altura”, afirmou.

Não foi só Irinéia quem lucrou. Segundo a líder comunitária Albertina Nunes da Silva, a tragédia e a fama fizeram as autoridades enxergarem os problemas dos quilombolas.

“A comunidade passou a ser mais assistida. Nós hoje recebemos cesta alimentar, leite e polpa de fruta. Além disso, vamos realizar o sonho de viver a comunidade junta, no conjunto que estão construindo. Hoje estamos todos espalhados”, disse.

O conjunto que está sendo construído terá 120 casas, além de centro comunitário, espaço ecumênico e pavilhão de artesanato. Na placa indicativa, não há data para entrega das obras.

Durante a visita à comunidade Muquém, o UOL ouviu o relato de uma moradora que passou a noite em cima da jaqueira para sobrevier. “Subimos era umas seis e meia da tarde, com a água dando pela cintura na minha casa. Ficamos lá até o amanhecer do dia, com a água ainda alta. A gente achou que o mundo dessa vez ia acabar, pois nunca tinha dado uma cheia dessa”, disse.


Site UOL

Conheça mais um artesão palmarino

A cidade de União dos Palmares é rica em história. União é conhecida por ser o berço do maior Quilombo dos Palmares, e sua luta por liberdade, e do poeta Jorge de Lima. Hoje o município tem artesões conhecidos nacionalmente e internacionalmente. Dona Irinéia Rosa Nunes da Silva é um Patrimônio Vivo de Alagoas e já recebeu um prêmio da Organização das Nações Unidas (ONU).

Outros artesões, embora menos conhecidos, vêem deixando sua marca em peças que são comercializadas fora de Alagoas. Muitos desses artistas são matérias do blog. Na semana passada o amigo Cláudio Caique encontrou mais um e me passou uma mensagem sobre o artesão José Ferreira da Silva. Em sua mensagem, Caique falava "o quanto era interessante o trabalho do artesão".

O palmarino José Ferreira disse que trabalhava com um amigo marceneiro e com habilidade adquirida começou a desenvolver peças no trabalho. Hoje com seu espaço, que recebeu o nome de Mundo das Artes, ele trabalha em peças das mais variadas. São porta retratos, jóias, quadros, caqueiras decoradas, decoração em paredes, painel para tv, telhas pintadas, entre outras.

Antes de colocar um ponto para vender seus produtos, Dinho já vendia suas bijuterias nas feiras livres e nas noites de eventos na cidade. E sempre é chamado para decorar paredes em lojas ou residências. Sua inspiração muitas vezes vem do que ele encontra na cidade.

Além disso, ele reproduz algumas peças que os clientes pedem. Para melhorar o seu trabalho, Dinho pretende fazer cursos no SENAE. O artesão disse que para fazer uma nova bijuteria ele gasta em média 10 minutos.


Aos 32 anos José Ferreira diz que se emociona ao ver suas peças embelezando espaços aqui em Alagoas.

Viva aos nossos artesões!!!

Veja outros artesões palmarinos
Lovessi
Maria José Gomes
Josenildo Lopes

Luiz Gonzaga e Sandro Becker

Foto acervo pessoal do cantor

O palmarino Sandro Becker e Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, em foto de 12 de agosto de 1988, data do aniversário de Sandro Becker, hoje morador de Natal.