Um passeio à União dos Palmares sob a visão do poeta-príncipe
Jorge de Lima, com a Praça Matriz da pequena cidade que na época se
chamava de Madalena; o busto na praça que leva seu nome e ilustração da
União dos Palmares vivida pelo escritor (Fotos: Raul Plácido)
Considerado o príncipe dos poetas alagoanos,
Jorge Mateus de Lima recebeu várias influências ao longo de sua
carreira. De acordo com a escritora Simone Cavalcante, “iniciou sua
carreira com uma visão cientificista, baseada no Positivismo; compôs
versos nos moldes parnasianos, converteu-se ao catolicismo dando sentido
religioso a sua poesia e é situado na Escola Modernista”. Apesar de
passar por todas essas influências, a obra do maior poeta de Alagoas é
marcada pelo forte regionalismo voltado principalmente ao Nordeste, em
especial, à sua cidade natal, União dos Palmares.
O legado de Jorge de Lima, sobretudo, evoca o
sobrado português do final do século XIX, onde nasceu em 1893, e viveu
seus primeiros anos de vida, personagens marcantes como Zumbi dos
Palmares, cenários como a Serra da Barriga e o Rio Mundaú,
peculiaridades e cenas do cotidiano da Zona da Mata de Alagoas como a
feira, missas e procissões religiosas.
Enquanto a loja do pai, o comerciante José
Mateus de Lima, funcionava no térreo do antigo prédio, com localização
privilegiada em frente à Praça Matriz da pequena cidade que na época se
chamava de Madalena, ainda criança contemplava do primeiro andar, onde
ficava seu quarto, a vista da Serra da Barriga.
“O Acendedor de Lampiões” (1910), “Poemas
Negros” (1947) e em um dos cinco romances de Jorge de LIma, “Calunga”
(1935), por exemplo, toda essa atmosfera regionalista é eternizada.
Como na maioria dos pequenos municípios
alagoanos, sempre que o trajeto permitir, o ideal é que os passeios
sejam feitos a pé. Na terra de Jorge de Lima, não é diferente. Além da
Serra da Barriga, tudo que lembra o poeta, romancista, ensaísta,
tradutor, médico, pintor e até político brasileiro, encontra-se no mesmo
quarteirão localizado no Centro de União dos Palmares.
Na praça que leva seu nome, em frente às
secretarias de turismo e cultura municipais, um busto do poeta é
exposto. Mais adiante, a casa onde viveu permanece intacta, atualmente
reformada e transformada no Memorial Jorge de Lima.
Lá é possível ver um pouco da trajetória deste
ilustre alagoano. A vista para a Serra da Barriga é possível ser
contemplada no mesmo local onde o escritor a via, no segundo andar,
local onde hoje funciona uma sala voltada à pesquisa.
A Praça Matriz onde funcionava a feira que Jorge
tanto admirava localiza-se em frente à casa, onde também a Igreja Santa
Maria Madalena já reformada e modificada desde 1970 abraça o entorno.
Em Maceió, ao redor da Praça Sinimbu, onde o
poeta viveu enquanto esteve na capital, hoje existe um espaço parecido,
gerenciado pela Academia Alagoana de Letras. Com a mesma proposta, Casa
Jorge de Lima apresenta o caminho percorrido pelo príncipe alagoano.
SERVIÇO
MEMORIAL JORGE DE LIMA
Praça Basiliano Sarmento, Centro
União dos Palmares – Alagoas
Funcionamento: Segunda a Sexta-feira: 8h às 12h e das 13h às 17h
CASA JORGE DE LIMA
Praça Visconde de Sinimbu, nº 91, Centro
Maceió – Alagoas
Funcionamento: Segunda – Sexta-feira: 8h às 12h
Fonte: Renata Arruda
Lá é possível ver um pouco da trajetória deste ilustre alagoano. A vista
para a Serra da Barriga é possível ser contemplada no mesmo local onde o
escritor a via, no segundo andar, local onde hoje funciona uma sala
voltada à pesquisa.