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terça-feira, 17 de novembro de 2015

Recuperando a história de Zumbi dos Palmares

Em meu novo livro - que lancei essa semana pela editora Multifoco - "Um abraço forte em Zumbi: pensamento e militância no front da Áfrika Carioka" - abordo como foi a construção do Dia Nacional da Consciência Negra (20 de novembro) pelos militantes afro.

O livro também tem artigos sobre o mundo do samba, ações negras, negros na maçonaria, relações diaspóricas afrodescendentes, políticas de combate ao racismo e negros em partidos políticos.

 Em relação à criação do Dia Nacional da Consciência Negra, ele aconteceu, em São Paulo, quando o Movimento Negro Organizado (MNU), naquela ocasião, fez uma análise histórica da importância do Quilombo de Palmares e de Zumbi, seu principal líder, durante o período colonial brasileiro.
 
Eles concluíram que, no quadro de heróis nacionais cultivados pelos brasileiros, não havia representante afro de significado de luta pelos direitos afro.

Os livros didáticos, por exemplo, elogiavam o negro Henrique Dias, o criador do Batalhão dos Henriques. Este ajudou os portugueses a expulsar os holandeses de Pernambuco, mas também foi usado para combater o Quilombo de Palmares.

Então, os militantes concluíram pela transformação do dia da morte de Zumbi - 20 de novembro de 1695 - como Dia Nacional da Consciência Negra. E, desse modo, elevaram Zumbi dos Palmares como o herói dos oprimidos em geral.

Trinta sete anos depois do estabelecimento dessa data, hoje, pelo menos, segundo os militantes negros, o 20 de novembro é feriado em cerca de 2.600 municípios. Existem movimentos para que a data se torne feriado nacional.

Após uma briga que durou seis anos, que chegou até ao Supremo Tribunal Federal (STF), o Rio de Janeiro foi o primeiro município a criar o feriado pelo Dia da Consciência Nacional da Negra, em meados dos anos 1990.

Depois, em 2002, a lei 4007/2002 tornou o Rio de Janeiro o primeiro estado a decretar feriado estadual em 20 de novembro.

Em 2011, a lei federal no. 12.519/2011, sancionada pela presidente Dilma Rousseff, tornou o 20 de novembro Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra Brasileira.

O Rio de Janeiro também é pioneiro em homenagear Zumbi dos Palmares em monumentos. Através de lei estadual, em 1986, foi criado e instalado o Monumento a Zumbi dos Palmares, na Praça Onze, que hoje é o local onde ocorrem as cerimônias relacionadas ao Dia Nacional da Consciência Negra.

Também existem monumentos a Zumbi em Padre Miguel, Duque de Caxias, Quissamã, Campos, Volta Redonda, Búzios, Petrópolis, entre outros municípios.

Carlos Nobre

CULTURA AFROBRASILEIRA. Carlos Nobre é jornalista, pesquisador e professor do Departamento de Comunicação da PUC-Rio. É mestre em Ciências Penais pela Universidade Cândido de Mendes. Autor de oito livros sobre discriminação racial, segurança pública e cultura afrobrasileira. Foi autor e coordenador da Coleção de Livros Personalidades Negras da Editora Garamond(RJ).

União dos Palmares inicia as comemorações do mês da Consciência Negra


17 de novembro (União dos Palmares)
9h- Palestra o Negro na Literatura Brasileira. Lançamento do livro A presença Negra em Alagoas.
Apresentações Culturais locais: Airê Orum, Afro Contos, Coco de Roda Muquém, Samba de Coco Muquém, Dança Afro Muquém, Afro Nação Dandara, Afoxé Ofá Omin, Grupo Ganga Zumba, Posse Atitude Periférica, Civilização Negra, Nação Palmares.
Oficina de Leitura

Mapa do Quilombo dos Palmares

Programação da visita da Imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida em nossa paróquia