Quilombo (ou mocambo) era uma aldeia onde se escondiam os escravos que fugiam dos maus-tratos de seus senhores na época do Brasil colônia.
Os quilombos cresceram muito nos séculos XVII e XVIII e continuaram a existir até o final do império. Ficavam em locais afastados, de difícil acesso, no meio da mata. Seus habitantes eram chamados quilombolas.
Nos quilombos, os escravos criavam animais, plantavam e geralmente
tinham vida livre. Algumas aldeias se desenvolveram tanto que mantiveram
comércio com as regiões próximas.
Mas o governo não ficou de braços cruzados: oferecia um pagamento a
quem trouxesse os escravos de volta aos que se intitulavam seus “donos” e
organizou o que chamava “expedições punitivas” para recuperar os
fugitivos.
Não era fácil encontrá-los, pois os quilombos se escondiam nas matas e
no alto das montanhas. Mas, quando encontrados, eram destruídos com
violência.
O quilombo mais conhecido foi o dos Palmares, em Alagoas.
Reuniu muita gente e conseguiu resistir a dezessete “expedições
punitivas”. Com isso, virou símbolo da resistência negra à escravidão.
Após várias investidas frustradas, o governo pediu reforços,
iniciando a chamada Guerra dos Palmares, em 1694. Foi um ataque
capitaneado por bandeirantes enviados pelo governo. Muitos quilombolas foram mortos e o local foi destruído. Zumbi, principal líder do quilombo dos Palmares, foi traído, preso e degolado no ano seguinte, no dia 20 de novembro de 1695.
O Brasil foi o último país do Ocidente a acabar com a escravidão, em
13 de maio de 1888, quando a princesa Isabel, filha do imperador dom Pedro II, assinou a Lei Áurea.
Hoje, o governo brasileiro reconhece o direito dos quilombolas às
terras que ocupavam. Muitas dessas povoações ainda existem. E Zumbi dos
Palmares é um ídolo popular, mártir símbolo de resistência, festejado
sempre no dia de sua morte, todo 20 de novembro. É o Dia da Consciência
Negra, feriado em mais de duzentas cidades brasileiras.
Mercado de escravos no Rio de Janeiro em 1835. O Brasil foi o destino de
cerca de um terço dos africanos escravizados, que trabalhavam
principalmente nas plantações de açúcar.