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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O Que Há de Errado Com A Cultura Brasileira? Tarcísio José


Durante a semana da festa da padroeira, em União dos Palmares, houve uma programação musical extensiva e eclética. Em apenas um dia, se não me engano, houve uma espécie de exaltação à cultura palmarina. Durante os poucos minutos que duraram a exposição, muitas pessoas passavam revoltadas por mim, dizendo que não foram para a festa para ver um bando de gente com "chapéus engraçados na cabeça". Nos demais dias de festa, a multidão exaltava quando bandas despresíveis começavam a entoar seus sucessos nojentos no palco. Esse incidente isolado serviu-me para lembrar o quanto nosso senso cultural vem se tornando decadente ultimamente.

No âmbito da música, as pessoas parecem ter esquecido os prórpios valores, visto que idolatarm músicas que despejam uma verdadeira enxurrada de obcenidades. Bandas como Calcinha Preta, Forró do Muído/Miúdo, Cavaleiros/Aviões do Forró, Saia Rodada e tantas outras, mostram uma vulgaridade em cima da figura feminina nordestina, deixando-nos a impressão de que toda mulher é puta ou, no mínimo, que rasteja pelo homem safado que tanto ama. Outras banda do despresível ritmo conhecido por swingueira, como Trio da Huana, constroem músicas com mensagens pornográficas explícitas, além, é claro de letras idiotas (se é que este termo não é suave para designá-las), mas cabam se tornando hits, que saem por aí cantados por crianças, jovens e adultos. Alguém sabe o que merda é a Tarraxinha? Como alguém consegue gostar de músicas que desenham uma imagem familiar de um puteiro? Vinda de fora do Nordeste, mas com adoração enorme por aqui, está a famigerada Calypso, uma banda que mostra a figura da mulher como sendo aquela que se humilha por seu homem ou é uma insasiável ninfomaníaca.

No cenário da televisão, a coisa anda de mal a pior. Programas apelativos como Pânico Na Tv e Zorra Total conquistam pessoas de todas as tribos, criando jargões que ficam encravados em nossa sociedade. As séries tolas, como Aline e Malhação, fingem, respectivamente, que retratam o mundo fdos jovens e dos relacionamentos adultos. Os reality shows mais famosos, como A Fazenda e Big Brother Brasil só me fazem constatar a carência que nosso povo tem de um cérebro aproveitável. O primeiro é uma versão rancheira do segundo e ambos só servem para evidenciar nossa eterna paixão por controlar a vida do próximo. Por mais que me digam que o programa, no caso o BBB, tem um cunho cultural, não consigo imaginar o que há de cultura em você ver pessoas que agem de forma artificial lutando das maneiras mais vis possíveis para conquistar uma quantia favorável de dinheiro. No final os espectadores assíduos também se tornam manipulados pela mídia global, mesmo que ainda queira posar de garotos culturados que assitem aquilo só para análise crítica, pois o fato que importa é que assitem.

Não serei hipócrita nessa postagem e vou-lhe reafirmar: Não assisto os programas supracitados (acredite você ou não) e nem escuto músicas dos estilos que citei (não por vontade própria, mas por indução de vizinhos que não sabem ligar o som em volume baixo). Um exemplo mor desse meu comportamento foi quando, em duas noites da festa da santa, fui embora antes de começar bandinhas que não gostava. O que quero dizer é que não me acho o mais culturado dos indivíduos, mas uma coisa posso garantir, sou fiel aos meus princípios. Por mais que me chamem de antissocial, naõ consigo ficar numa festa por causa de amigos ou só para ganhar alguns. Afina, não adianta nada eu pregar uma discurso ácido como esse e depois ir me balançar com o som de uma bandinha suja e cheia de besteiras ou me vidrar na tv como um demente para ver quem será o vencedor de um programa rude e decerebrado.

Blog Anuário Empático