Que infelicidade ver um classe artística, quase toda ela, apenas preocupada com seus próprios interesses. É uma vergonha!
Enquanto eles conseguem capitar recursos para seus projetos, os
pequenos produtores culturais espalhados por este país vivem de pires na
mão.
Enquanto eles conseguem milhões, artesões e outros mestres da
cultura popular de Alagoas recebem um salário mínimo pelos relevantes
serviços prestados ao patrimônio cultural alagoano.
Dona
Irinéia Nunes, artesã da cerâmica e remanescente quilombola de União
dos Palmares, que o diga. A mestre artesã já teve seus trabalhos
expostos em vários lugares no Brasil.
Um espetáculo lamentável
protagonizado por artistas movidos pela paixão financeira, pela
vanglória e por ideologias políticas. Um espetáculo deprimente até mesmo
quando comparado a uma pornochanchada.
A arte, qualquer que seja
as suas manifestações e expressões, demonstra a capacidade do ser humano
de comunicar a beleza, a liberdade. Por isso, não pode está a serviço
de poder A ou B, isso não é Cultura e sim, ideologia.
As luzes da
ribalta apagam-se antes mesmo que o fim do primeiro Ato acabe. Os
microfones silenciam diante de melodias e versos tão vazios.
"Farinha pouca, meu pirão primeiro." Feliz é a viúva de Serepta (1R 17,
8-24)! Se ela tivesse esse pensamento e atitude jamais teria visto a
fartura da farinha e do azeite abundar em sua casa em meio a fome e seca
que habitava em sua região quando partilhou o pouco que tinha com o
profeta Elias.
Partilhou porque era humilde e acreditou n'Aquele que não
deixa nada faltar aos seus.
Felizes de nós e dessa classe artística se aprendêssemos com essa viúva.
Eliane Neves da Silva