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quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Sétima noite da festa de Santa Maria Madalena, atrai pequeno público



A noite da festa de Santa Maria Madalena, nesta quarta-feira dia, 30, não teve um grande público como esperado. Já no último final de semana passada a Praça Basiliano Sarmento e Avenida Monsenhor Clóvis Duarte, onde acontecem as atrações artísticas e as instalações do parque de diversões, respectivamente, receberam bastantes visitantes. 

Segundo uma das artesãs palmarina que estava expondo seus produtos na festa, a falta de gente nas festividades pode ser a escassez de dinheiro, já que os funcionários da prefeitura (começam a receber dia 01/02) e os da Usina Laginha (ontem completou dois meses sem receber) não receberam.

Alguns populares acreditam que o fluxo pequeno de pessoas nas ruas em torno da festa possa ser as atrações artísticas que não são tão conhecidas do público. Os organizadores do evento dizem que os patrocinadores não contribuíram como nos anos anteriores e, portanto,  o dinheiro foi pouco. Nas redes sociais a reclamação é geral, segundo alguns desses que usam a net, "a cidade não tem tradição em trazer grandes nomes do cenário nacional, mas esse ano foi pior".

Quem não sentiu os efeitos da falta de público é o dono do parque que está instalado em União dos Palmares, pelo menos um brinquedo é "febre" entre os adultos, o Kamikaze, é uma sensação já que é uma das poucas opções para os adultos. Para “andar” nele o cidadão prova que não tem medo de altura e muito menos de ficar de cabeça para baixo.

A 178ª comemoração dos festejos da padroeira de Santa Maria Madalena é o principal evento da cidade de União, seja em dias comemorados e em fluxo de visitantes. Muitos dos turistas que chegam na cidade são justamente palmarinos que hoje residem em outras cidades e que retornam nessa época com suas famílias para rever familiares e antigos amigos. 

Hoje as atrações da festa são Tico Black e Andreia Morais. 

Lapsos em fotogramas



Grande parte das minhas experiências de formação sucedeu-se após os meus 12 anos. Ao menos, é a idade da qual em minha subconsciência, revelou ser iluminada com as consequências da vivência, da humanidade. Onde certas escolhas já se revelavam marcadas da culpa e, também, do ônus em exercê-las. E no casulo do existencialismo, a face da percepção pairava em idas e vindas para a cria da personalidade, onde as imagens embassadas através do espelho tomavam suas formas mais nítidas... Aos 12 anos, ou foram aos oito?

No cinema localizado no centro de União fitava os cartazes. E dalí, minha experiência nos planos fotográficos através dos filmes foram sendo cultivados para um brotar mais adiante. O clássico filme hollywoodiano, King Kong, atiçou-me o olhar para aquele mundo, onde as luzes do projetor cruzavam ao alto da minha cabeça para formar aqueles movimentos. Que interessante! Eu tinha apenas 12 anos, ou foram aos oito?

Como em um mosaico de fotos, onde o lapso do tempo é incomum, já havia cruzado os muros da minha cidade natal. Agora recordo da minha idade, 19 anos! E a paisagem vislumbrante que Bresson captava em seus instantes estava concreta, mais fortemente entendida e palpável. Eu vagava pela cidade em que Person personificou os arranha-céus em São Paulo Sociedade Anônima. “Toque os seus desejos e arrisque-se em não emergir”, pensei nisto, agora fora do fluxo do meu pensamento, em algum momento. 

Ganhei uma câmera fotográfica analógica Yashica de uma amiga. Fiz experiências em minha casa, na época morava sozinho, e as referências cinematográficas noir vieram à tona. Captei um relógio despertador, geladeira com espelhos e velas em seu interior, máquinas de escrever com produção detetivesca, luzes com sombras avermelhadas, um vaso sanitário com pequenos papéis cortados com a palavra “Amor”, a janela de um banheiro... Essa foi minha introdução na fotografia, no festejo da calamidade da solidão. Tinha em minha mente todo o enfeite da minha recente experiência, e o resultado foi um desastre! Mas havia tocado em meu desejo, não podia submergir!

Após alguns cursos, tendo como foco à estética e revelação manual, o mundo digital foi adentrando aos poucos em minha concepção fotográfica. A maneira “instantânea” de fotografar mudou, os equipamentos se amontoaram nas prateleiras das lojas, e o conceito artístico também fez seu sacrifício e desvirtuou. A mídia nos sobrecarrega de conceitos e, nos perplexos caminhos, o autoral é um manifesto simplório. E eu, continuo a fotografar através das minhas influências, com os resquícios dos meus oito ou doze anos! 

Thiago Alexandre, fotógrafo