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quarta-feira, 25 de maio de 2011

Abdias Não Morreu, Encantou-se. Por Arísia Barros


Não conheci Abdias Nascimento pessoalmente, mas sempre me encantou a capacidade do homem de mover-se por entre as possibilidades.
Conheci Abdias Nascimento, através das muitas vozes uníssonas em falar da importância do maestro que movia e provocava palavras e ações afirmativas.
Abdias Nascimento redesenhou a nossa biografia étnica, explicando, aprofundando, desatando os nós da história que se faziam estrategicamente silenciosos.
É o encantado militante negro que ensinou a uma ampla maioria minorizada a necessária legitimação pública dos direitos civis, como reconhecimento da nossa rica e substantiva pluralidade: população negra brasileira.
Não só o povo de pele preta experimenta uma orfandade abrupta, mas toda arquitetura da história global construída pelo professor, político, artista, articulador,visionário, e, acima de tudo, militante negro peleja com a metáfora da morte.
Abdias Nascimento nos ensinou a ser intérpretes dos caminhos das expectativas, probabilidades e possibilidades.
Aventurou-nos na rota da independência com autonomia.
Sim, nós podemos!
Abdias Nascimento desnaturalizou publica e didaticamente os séculos de escravatura que aprisionou- a nós, o povo de pele preta e a nossa consciência, à perversidade do racismo e do apartheid social e econômico.
Abdias Nascimento é o consolidador de identidades e vocações políticas do povo de pele preta e de muitas outras cores, na nação brasileira.
Homens como Abdias Nascimento não morrem, encantam-se em cantos infinitos das histórias e memórias vizinhas da equidade humana e justiça social.
Morreu? Não. Encantou-se!
O mestre Abdias Nascimento é o espelho da encantada e imorredoura história de um grande herói brasileiro.
Que a espiritualidade maior o acolha!
Asé!

Blog Raízes da Africa

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