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domingo, 16 de março de 2014

Homenagem à Abdias Nascimento na Serra da Barriga


No dia em que se comemora os 100 anos de Abdias Nascimento, debates e apresentações culturais prestaram homenagem ao ativista precursor da luta pela igualdade racial no país. Na tarde desta sexta-feira14, a Fundação Cultural Palmares esteve prestando sua homenagem ao ativista negro que teve suas cinzas depositadas no platô da Serra da Barriga.

Ao lado das babalorixás mães Neide e Mirian e o pai Jandilson um ritual religioso aberto foi realizado em memoria ao mestre e filho Abdias do Nascimento. “É uma pessoa que viveu muito tempo, então ele viveu e acompanhou a luta antirracista desde os anos 40. Nós queremos ate indicar aos vereadores, que realizem uma cerimonia em homenagem à Abdias Nascimento pela sua luta por este espaço, por esta riqueza cultural que União dos Palmares possui.

De uma certa forma, ele colocou quais eram as principais questões do racismo no Brasil, entre elas a questão da violência policial, que foram temas que permaneceram ao longo do tempo e que permanecem até hoje como desafios importantes a serem superados naquilo que se refere à discriminação contra negros”. Disse um dos presentes.

Para Maria José da Fundação Palmares. “Abdias foi o primeiro parlamentar a fazer uma proposta de ações afirmativas no Brasil, em 1983, e que apenas 20 anos depois os princípios apresentados por ele começaram a ser utilizados nas políticas públicas, como as cotas raciais nas universidades”.

Para a ministra Luiza Bairros, a sociedade brasileira avançou no combate à desigualdade racial e na inserção do negro na sociedade, mas ainda há sérios problemas, com destaque para a questão da segurança pública. “Os negros continuam sendo os mais abordados pelas polícias, continuamos sendo a maioria nas prisões, a maioria dos que nãos tem acesso a instrumentos legais de defesa que permitam um acesso pleno à justiça. Acho que nessa área a gente ainda tem muito o que caminhar”, diz.

De acordo com a ministra, a Seppir fez, no ano passado, um protocolo para melhorar o acesso do negro à Justiça, especialmente os jovens, em conjunto com Ministério da Justiça, o Conselho Nacional do Ministério Público, Defensoria Pública da União e Ministério Público Federal.

Abdias Nascimento morreu em 2011, aos 97 anos.


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