Diz um professor para outro: “Eu sou muito amigo dos meus alunos”. Diz
um pai para outro: “Eu sou o melhor amigo do meu filho”. Estas são
algumas das expressões que nos habituamos a escutar no nosso cotidiano,
sem, contudo, aferirmos muitas vezes o seu sentido. Recordo-me, por
isso, das palavras de Francesco Alberoni que, num dos seus livros mais
célebres, define a amizade como um encontro entre iguais. “Eles poderão
ser amigos se se encontrarem apenas como dois soberanos independentes,
de igual poder e dignidade semelhante”.
Transpondo estas palavras para a relação pai-filho ou professor-aluno encontramos algumas evidências que, por vezes, se torna imperativo constatar e refletir. Os nossos alunos ou os nossos filhos não são soberanos independentes, não têm igual poder e têm uma dignidade diferente. Os alunos precisam de professores na admiração, no reconhecimento da autoridade, na correspondência escolar, na exigência, na alegria de se superarem, no alcançar de expectativas.
Os filhos precisam de pais, na admiração também, no reconhecimento da autoridade, na exigência… e, sobretudo, no amor. E o amor, podemos dizê-lo, não é compatível com a amizade. Em outro dos seus livros, o mesmo Francisco Alberoni, empreende a tentativa de separar “divinamente” estes dois sentimentos. Por isso mesmo, é importante percebermos que os nossos filhos não são como os nossos amigos. São amores. Por isso mesmo, a nossa relação com os nossos filhos não pode reger-se pelos mesmos padrões pelos quais regemos as nossas relações de amizade.
Da mesma forma, a relação professor-aluno não pode ser definida pelo critério da amizade ou do amor. Diz-nos Alberoni que “na amizade não há lugar para a superioridade e para o poder.” E superioridade e poder são exatamente as dimensões em que os nossos alunos e filhos mais precisam de nós. Precisam dos nossos “nãos”, precisam das nossas exigências, precisam da nossa avaliação, precisam da nossa autoridade.
Transpondo estas palavras para a relação pai-filho ou professor-aluno encontramos algumas evidências que, por vezes, se torna imperativo constatar e refletir. Os nossos alunos ou os nossos filhos não são soberanos independentes, não têm igual poder e têm uma dignidade diferente. Os alunos precisam de professores na admiração, no reconhecimento da autoridade, na correspondência escolar, na exigência, na alegria de se superarem, no alcançar de expectativas.
Os filhos precisam de pais, na admiração também, no reconhecimento da autoridade, na exigência… e, sobretudo, no amor. E o amor, podemos dizê-lo, não é compatível com a amizade. Em outro dos seus livros, o mesmo Francisco Alberoni, empreende a tentativa de separar “divinamente” estes dois sentimentos. Por isso mesmo, é importante percebermos que os nossos filhos não são como os nossos amigos. São amores. Por isso mesmo, a nossa relação com os nossos filhos não pode reger-se pelos mesmos padrões pelos quais regemos as nossas relações de amizade.
Da mesma forma, a relação professor-aluno não pode ser definida pelo critério da amizade ou do amor. Diz-nos Alberoni que “na amizade não há lugar para a superioridade e para o poder.” E superioridade e poder são exatamente as dimensões em que os nossos alunos e filhos mais precisam de nós. Precisam dos nossos “nãos”, precisam das nossas exigências, precisam da nossa avaliação, precisam da nossa autoridade.
Não se trata de autoritarismo, mas de firmeza, de coerência, de consistência. Ao sermos amigos dos nossos
alunos e filhos estamos a privá-los do desenvolvimento da maior
capacidade para a aprendizagem: a do espanto! O espanto aristoteliano de
que não me canso de refletir. O espanto que se desenvolve quando há uma
relação superior, quando o “mestre rebouliano” (cf. Olivier Reboul)
leva os seus alunos ao desenvolvimento do pensamento, à aprendizagem da
matemática da emoção, ao crescimento da transparência (sendo fiéis à sua
consciência), à preparação para a vida. Como ser então um bom professor
e bom pai dos nossos alunos e filhos?
Tornando-nos um bom gestor: um bom gestor de emoções e de
comportamentos. E a gestão, essa sim, obedece a regras muito precisas, a
cálculos, a objetivos, a conhecimento, a transmissão. Para chegarmos ao
mestre rebouliano, a gestão da sala de aula, a gestão dos
comportamentos e das emoções dos nossos alunos e filhos, carece de
autoridade e não de amizade. Quantos professores se sentem hoje
deprimidos, com reacões de pânico e doenças físicas? Quantos pais se
sentem inseguros e confusos por não saberem como agir diante dos seus
filhos? Como diz Cury, “no passado, um olhar do professor ou pai causava
impacto nos nossos alunos e filhos.
Atualmente, nem os gritos causam qualquer reação”. Perdemos a nossa capacidade de gestão. Numa análise do fenômeno educacional mundial muitos estudos apontam o aumento da velocidade do pensamento como o grande gerador de ansiedade, inquietação e insatisfação. Nunca antes, em toda a história educacional, os nossos alunos e filhos apresentaram tantos problemas emocionais como agora.
Falta-nos então desenvolver estratégias de gestão emocional e comportamental. E estas estratégias foram confundidas, nos últimos anos, com a essência da amizade. Tornamo-nos amigos dos nossos alunos e filhos na esperança de lhes minorar o sofrimento que a ansiedade transporta. A amizade não transforma, não tenta mudar, não educa, não exige, não julga… apenas existe.
Atualmente, nem os gritos causam qualquer reação”. Perdemos a nossa capacidade de gestão. Numa análise do fenômeno educacional mundial muitos estudos apontam o aumento da velocidade do pensamento como o grande gerador de ansiedade, inquietação e insatisfação. Nunca antes, em toda a história educacional, os nossos alunos e filhos apresentaram tantos problemas emocionais como agora.
Falta-nos então desenvolver estratégias de gestão emocional e comportamental. E estas estratégias foram confundidas, nos últimos anos, com a essência da amizade. Tornamo-nos amigos dos nossos alunos e filhos na esperança de lhes minorar o sofrimento que a ansiedade transporta. A amizade não transforma, não tenta mudar, não educa, não exige, não julga… apenas existe.
Que me perdoem os filhos: “Não sou
vossa amiga, não! Amo-vos!”
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