Rio Mundaú em três momentos: Antes, durante e atualmente.
As margens daquele rio
Famoso por sua história
Em banhar toda a cidade,
E seguindo de mundo afora,
Gerava a fertilidade
Com muitas utilidades
De hoje como outrora
Neste rio atravessaram
Quilombolas dos Palmares
Conheceram seus percursos
Seu leito e profundidade
Desfrutaram do seu mundo
Protegido como muros
Às árvores que o cercavam
Suas paisagens diversas
Pela própria natureza
Pelos vales e montanhas
Entre pedras e correntezas
Sua produção mostrava
No profundo de suas águas
Geravam suas riquezas!
Águas doces e cristalinas
Desde a sua nascente
Sua paisagem combina
Nas tardes do sol poente
Seus recursos minerais
Com seus peixes e animais
Patrimônio daquelas gentes
Das primeiras gerações
Até a nossa atual
Tem notado a diferença
Que não há paisagem igual
Antes aquelas águas sobravam
Hoje já se vê a falta
Já não é seu natural
Pelas ambições dos homens
Seu percurso desviou
Das águas que ali banhavam
Hoje tudo em fim secou
Restando a lama no poço
O que tinha vida é morto
E o que corria parou
Aquilo que era sólido
Hoje se fragmentou
Pela soberba do homem
Que se acha o criador
Sua fauna e sua flora
Correndo com água afora
E o que foi não mais voltou
Veja, a coisa ficou feia
Mais preta que urubu
Correndo atrás da carniça
Desde o alto céu azul
O que sobra não renova
Quando a vida vai embora
Das margens do Mundaú
Se este rio falasse
Clamava sua verdade
Mas sua linguagem é hoje
Sua realidade
Quem antes molhava os pés
Mesmo agora se quiser
Seu leito deixou saudades
Este rio ainda chora
Tem marcas do explorador
Trás lembranças à memória
Aos que dele desfrutou
Cortando esta cidade
No presente ou na saudade
Uma lição ele deixou
👆"É apenas um exemplo do clamor poético da recitação da realidade hoje entre outras do Patrimônio da Humanidade! Rio Mundaú" Adílson Silva.
O palmarino Adílson Silva, mora atualmente em Uberlândia - MG. Esse ano lançará um livro.
Belíssimo poema.
ResponderExcluirA realidade de um rio.
Infelizmente o homem racionalmente inconsequente contribuiu para essa triste realidade...
Verdade, Verônica.
ResponderExcluirAo mesmo tempo a sociedade est tendo aulas de MEIO AMBIENTE, divido esse rodízio de água, se não aprendemos agora eh melhor fechar as portas de União.
Belo poema. Lamentável a situação do nosso rio, mas acredito em uma renovação e torço para que tudo der certo.
ResponderExcluirBelo poema mesmo, Tavinho. O conterrâneo Adílson Silva, foi feliz ao escreve-lo. Que venha o livro...
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