Empresário reage a boatos sobre seu estado de saúde e diz que negociação de bens da Laginha têm que ter o seu aval
E o empresário e ex-deputado federal João
Lyra não para de surpreender a justiça alagoana. Se em agosto deste
ano, Lyra assinou um ofício afirmando que não haveria interposição com
relação à tomada de decisões por parte do juiz Kleber Borba Rocha,
responsável pelo processo que envolve as usinas e outras empresas do
Grupo JL, há quem diga que o ex-usineiro mudou de opinião. Em nota
informativa divulgada no dia 19 deste mês, o acionista majoritário da
Laginha Agro Industrial S/A destacou que toda e qualquer negociação em
seu nome relativa à venda ou arrendamento de seus ativos, negociação de
dívidas e outras obrigações deverão ser tratadas exclusivamente com o
próprio ou com o representante por ele autorizado.
Porém, de acordo com o advogado do empresário, Vitor Maya, a nota
informativa não irá alterar o andamento do processo da Massa Falida da
Laginha. “Foi apenas para acabar com alguns boatos que estavam
circulando. Foi uma maneira de ele falar que está vivo e que pode falar
sobre a Laginha”. Os boatos, segundo o advogado, seriam de que estavam
negociando o império do usineiro em nome dele. “A nota foi para garantir
a credibilidade das negociações que estão sendo feitas, que têm o aval
dele ou de alguém que tem procuração para isso”, explicou Maya.
Questionado se a nota informativa também seria para comprovar à
sociedade que Lyra goza de boa saúde e que se mantém ativo, o advogado
frisou que a intenção foi apenas de sanar as dúvidas quanto às
negociações. O EXTRA Alagoas divulgou que os cinco filhos do empresário
de 84 anos entraram no final de setembro com ação na Vara de Família de
Maceió pedindo sua interdição sob a alegação de que ele vem dilapidando o
patrimônio. Descrito como de comportamento descomedido, João Lyra,
segundo os filhos, vem apresentando sinais de senilidade, perda de
memória e repetição de falas além de, mesmo sendo portador de diabetes,
se recusar há três anos a realizar exames.
A má condição de saúde de JL seria a justificativa para o
comportamento do empresário no episódio ocorrido no ano passado, no
escritório da Massa Falida da Laginha (na antiga sede do Grupo JL),
quando tentou intimidar o trabalho do então administrador judicial
Carlos Franco e destratou todos os presentes tendo afirmado: “Este
processo aqui vai virar criminal”. A conduta lhe valeu a proibição de
entrar em qualquer estabelecimento da empresa falida e o pagamento de
multa por ato atentatório ao exercício da jurisdição.
DECISÃO NÃO INTERFERE TRABALHOS
Segundo o administrador judicial da Massa Falida, João Daniel Marques
Fernandes, após a decretação de falência da Laginha, o patrimônio que
compõe a empresa, bens móveis, imóveis, ativos e passivos ficaram sob a
tutela da justiça para fins de cumprimento da sentença de falência. “Em
assim sendo, quem tem poder para dispor e disciplinar qualquer alienação
de ativos nas modalidades previstas na Lei nº 11.101/2005 é o poder
Judiciário do Estado de Alagoas através do juízo universal de falência
qual seja a 1ª Vara da Comarca de Coruripe. Quanto ao patrimônio pessoal
do empresário não cabe a mim tecer qualquer comentário”, destacou.
No entanto, João Lyra, conforme o advogado, tem concordado, até o
momento, com as ações da administração da massa falida, entre elas, o
processo de arrendamento de três usinas. “Ele está acompanhando o que
acontece todos os dias e viu o arrendamento da usina de Uruba como uma
boa medida”. Quanto à invasão dos sem-terra nas terras das usinas de
Guaxuma, Uruba e Laginha, e a discussão de uma reforma agrária nas
propriedades, Lyra se manteve omisso.
Confira, na íntegra, a nota divulgada por JL
“João José Pereira Lyra, acionista majoritário da Laginha Agro
Industrial S/A, empresa sucroalcooleira, vem a público informar e
orientar que toda e qualquer negociação em seu nome relativo à venda
e/ou arrendamento de seus ativos, negociação sobre dívidas e outras
obrigações, ou quaisquer assuntos relacionados aos interesses pessoais
dele ou da empresa Laginha Agro Industrial S/A deverão ser tratados
exclusivamente com o próprio ou com representante por ela autorizado
formalmente para este fim específico, estando desautorizada qualquer
pessoa a falar em seu nome ou em nome da empresa se não estiver
acompanhada da respectiva autorização formal ora referida. Por oportuno,
desautoriza quaisquer contatos ou tratativas já realizadas em seu nome
por pessoa que não detenha poderes e autorização para tanto”.
José Fernando Martins Especial para o EXTRA
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