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quinta-feira, 30 de junho de 2011

A Serra da Barriga Espera Uma Estrada Que Nunca Sai do Lugar Por Arísia Barros

A construção Parque Memorial Quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga em União dos Palmares, como política pública estabelece uma intervenção etno-cultural, afirmando de forma legítima a geografia da memória histórica do povo negro.

Legitimar histórias é mediar e intermediar estratégias e investimentos institucionais para o fomento, difusão, circulação e acesso a essa mesma história. É propor e realizar rotas do conhecimento.O Parque Memorial Quilombo dos Palmares tem uma importância substancial para a construção das identidades etno-culturais e identidade se constrói quando existem produção e difusão da cultura para e com o povo.

O Parque é um museu vivo e por conta de todo seu histórico miscigênico que vai de Zumbi a tantas e muitas guerreiras negras,o estado político de Alagoas deveria suplantar o racismo institucional e investigar os mecanismos sutis e imperativos que invisibilizam esse incontestável projeto de intervenção. O Parque tira a história do povo negro do rol das histórias circundadas pelo olhar escravocrata do Brasil, o país com a maior e mais longo período de escravidão urbana.

O Parque transcende os limites impostos pelas velhas cartilhas patrimonialistas estatais que ousam ocultar a grande epopeia de um povo que fundou um dos primeiros modelos de sociedade auto-sustentável.Um povo que pensava organização política, mas a história insiste na persistência de nos pensar “escravos”.Do Parque brotam a ancestral riqueza histórica que se confunde com a rota geográfica de um redescobrimento do Brasil.

Para redescobrir o Brasil os caminhos do parque aguardam uma estrada que nunca chega. E haja emendas parlamentares...Como política pública de cultura, o Parque, ainda, não existe. Dos tantos mil passageiros que desembarcaram no Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares, em Maceió, Al quantos e quantas “ouviram” falar da existência do Parque? O Parque precisa ser redefinido como um dos grandes patrimônios da humanidade e assim entrar na agenda política/turismo étnico do estado, antes durante e depois de novembro. Eis a questão!

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