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quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Engodo Visto do Alto da Serra Por George W B Cavalcanti


Toda a empáfia é só promessa e propaganda farta,

Em se fazer vistosa como se fora algo permanente,

Maldade e olho gordo nessa funesta farra de cobiça,

Nem tudo o que é belo é bom, por mais que pareça;

Ente maldoso não sabe o quanto nos é transparente.


Beleza má não consegue enxergar o seu mundo falso,

Em essência, se a tem, é a sina do pensar equivocado,

Achar-se o esperto e ao outro um tolo é coisa de tarado,

O concurso fútil e fraqueza de uma alavanca sem calço;

Sem nobreza, é beleza que a espuma deixa no passado.


Apenas restolho quando a maré recolhe os carnavais,

Por mais que de dia tenha cores e lantejoulas na noite,

Sempre há quem cate a sujeira e a estenda em varais,

Um olhar acurado que rasga fantasia como fora açoite;

Engodo precipitado às escuras profundezas abismais.


Mas, boa beleza procura achar em si a beleza do bem,

Busca e favorece assuntar outro tanto bem que existe,

No mistério do olhar gentil que transmite tanta certeza,

A bondade a pulsar mesmo no silêncio da coisa quieta;

Toda a insistência da vida que renova tanto a natureza.


A bondade é saudável, oferece o seu olhar serenamente,

Mas, o da maldade é irrequieto e arredio à contemplação,

Não condiz à verdade e contradição sempre transparece,

Há treva contra luz no seu pensar em guerra permanente;

Notório jeito, típico de quem acabou de fazer um mal feito.


O tanto ser, maior do que o ter, é o que em verdade importa,

Justo é o seguir firme, com olhar sereno e o cabelo prateado,

Resistir aos que a memória não perdoa e o passado condena,

Tão leigos em verso e prosa, mas versados em fechar a porta;

Zumbi da serra do vale, em ilha de atraso, é grito não escutado.

Blog George em Dia

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