Um dos mais antigos municípios de
Alagoas pois há indícios de povoação desde o fim do século XVI, entretanto as
primeiras habitações do município, pós Quilombo dos Palmares, surgiram no
século XVIII. O português Domingos de Pino construiu a primeira capela do local
em homenagem a Santa Maria Madalena e a região passou a ser chamada pelo nome
da santa.
Em 13 de Outubro de 1831 a região
foi desmembrada de Atalaia e foi criada a Vila Nossa Sra. Imperatriz que fora
elevada a categoria de Cidade em 20 de Agosto de 1889.
A região passou a ser chamada de
"União" devido a cidade ser elo da estrada de ferro entre
Alagoas e Pernambuco e recebera nome definitivo em 30/12/1943 para homenagear o
maior quilombo da história do Brasil.
Em União dos Palmares, surgiu em
1580, aproximadamente, o maior quilombo do Brasil, chegando a ter ter uma
população estimada em 20 mil pessoas, formada por escravos de origem angolana,
Índios e alguns brancos foragidos da justiça.
O Quilombo dos Palmares tornou-se
símbolo de luta pela liberdade, devido a sua resistência por mais de 100 anos e
17 expedições, sucumbindo na 18ª, que fora comandada pelo caçador de índios
Domingos Jorge Velho.
Personagens Marcantes da
história do Quilombo:
Ganga Zumba:
Foi o primeiro grande líder do
Quilombo. Como Rei dos Palmares, ele governava a maior das vilas, a Cerro dos
Macacos, e presidia o Conselho dos Chefes. As outras 9 vilas eram
comandadas por seus irmãos, filhos ou sobrinhos.
Alguns historiadores dizem que
por volta de 1670, o rei tinha um palácio, 3 esposas, uma guarda, ministros e
1.500 súditos!
Em 1677 após ataque de
Fernão Carrilho ao Quilombo, dois filhos de Ganga Zumba foram feitos
prisioneiros, nesse combate, o rei e mais um outro filho foram também feridos.
Em 1678 Ganga Zumba aceitou um Tratado de Paz oferecido pelo Governador Pedro
de Almeida que como condição para o fim da trégua, os negros deveriam deixar
Palmares e ocupassem o Vale do Cucaú. As condições não foram aceitas com
unanimidade e Zumbi se revoltara contra o tio e, após envenenado por um dos
seguidores do sobrinho, Ganga Zumba faleceu, os escravos que mudaram de
Palmares para Cucaú foram reescravizados pelos portugueses.
Estima-se que Ganga Zumba vivera
48 anos, 1630 a 1678.
Zumbi
Em 1655, nasceu na Serra da
Barriga, livre, o maior líder do Quilombo dos Palmares, Zumbi. Em 1671 fora
capturado e entregue a um missionário jesuíta Antônio de Melo, foi batizado
pelo nome de Francisco, recebeu sacramentos, ajudava nas missas e foi educado
em Latim, Português e Álgebra, aos 15 anos fugiu e se refugiou em
Palmares.
Como líder do Quilombo, após
morte de Ganga Zumba, Zumbi mostra grande habilidade no planejamento,
organização, conhecimento militar e reina absoluto por 15 anos. Quando o
Quilombo caiu após dois anos de batalhas contínuas, Zumbi, ferido, conseguira
fugir e refugiar-se, provavelmente, na Serra Dois Irmãos até que fora
localizado pelo Capitão Furtado de Mendonça, após ter sido traído por Antônio
Soares, seu antigo companheiro.
Em 14 de Março de 1696, O
Governador de São Paulo, Caetano de Melo de Castro escreveu para o Rei de
Portugal: "Determinei que pusessem sua cabeça em um poste no lugar mais
público desta praça, para satisfazer os ofendidos e justamente queixosos e
atemorizar os negros que supersticiosamente julgavam Zumbi um imortal, para que
entendessem que esta empresa acabava de todo com os Palmares."
Zumbi é considerado um Símbolo de
resistência e de luta contra a escravidão. O dia de sua morte, 20 de novembro,
é comemorado o Dia da Consciência Negra.
Dandara
Foi esposa de Zumbi e, junto a
ele lutou pela liberdade. Mãe de 3 filhos, comandava mulheres e homens em
batalhas e participava das decisões do marido.
Historiadores dizem que Dandara
de uma pedreira ao abismo, quando cercada, matando-se, para não voltar a
condição de escrava.
Pouco se sabe realmente
sobre esta mulher, todos os relatos que falam sobre sua vida nos chegam em
lendas ou literatura de cordel, mas o certo é que existiu, dominava capoeira e
deu a luz aos três filhos de Zumbi: Motumbo, Harmódio e Aristogíton.
Domingos Jorge Velho
Era mameluco, tetraneto de
índios tupiniquins e tapuias, filho de Francisco Jorge Velho e de Francisca
Gonçalves de Camargo. Foi um dos maiores bandeirantes do Brasil. Em
1693 assinou com o governador de Pernambuco as condições para
atacar e destruir o Quilombo dos Palmares. Em 1695, após dois anos de
luta, derrotara Palmares!
Há uma discordância por parte de
alguns historiadores, uns creem piamente no parágrafo anterior, outros dizem
que Domingos Jorge Velho não foi o destruidor do Quilombo dos Palmares,
pois teria falecido em 1670, e que esses feitos militares pertencem a um
de seus sobrinhos do mesmo nome. O Domingos Jorge Velho (sobrinho),
seria paulistano ou parnaibano, teria sido o verdadeiro Destruidor do
Quilombo dos Palmares.
O que fazer em União dos
Palmares nos dias de hoje:
Espaço Arqueológico Palmarino:
Artefatos encontrados em escavações na Serra da Barriga.
Memorial Jorge de Lima: Local
onde viveu o "Príncipe dos Poetas", filho ilustre da terra.
Casa Maria Mariá: Museu de
Costumes
Mercado do Artesanato: Peças
de Bambu e Barro, além fibra e palha de bananeira, que são o forte da região.
Roteiro da Civilização do
Açúcar: Engenho Anhumas, construído em 1888.
Comunidade Quilombola Muquém:
A 5 km do centro da cidade, onde se pode encontrar artesanato variado
produzido pela comunidade que ali vive.
Festas:
Emancipação Política: 13 de outubro
Festa da Padroeira: 2 de Fevereiro
Festa do Milho: Junho
Missa do Vaqueiro: Último domingo de Setembro
Dia da Consciência Negra: 20 de Novembro
José Netto
Graduado em Marketing, Poeta e
Profissional de Turismo desde 1988
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FONTES:
Wikipedia / IBGE / Prefeitura Municipal de União dos Palmares
Fotos:
Correio dos Municipios (Serra da Barriga) / Prof. Nivaldo Marinho
(entrada de União) / Agencia Alagoas (Igreja da Matriz)
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