Levantamento se baseia em dados do IBGE e do Ministério de Desenvolvimento Social (MDS)
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de
Alagoas (Fecomércio AL) projeta que o auxílio emergencial do governo
federal deve injetar cerca de R$ 1, 7 bilhão na economia do estado nos
três meses em que será pago. Cerca de R$ 579.6 milhões devem ser
injetado por mês.
O levantamento se baseia em dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), e do Relatório de
Informações Sociais do Ministério de Desenvolvimento Social (MDS).
O
assessor econômico da entidade, Felippe Rocha, explica que a projeção
considera dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua
(PNAD), que revelam que em Alagoas existem 52 mil trabalhadores
domésticos sem carteira assinada; 6 mil empregadores sem CNPJ,
configurando-se como trabalhadores informais; e 238 mil que trabalham
por conta própria e sem CNPJ.
No total, 296 mil alagoanos em
situação potencial para o recebimento do auxílio. Considerando o valor
unitário do benefício, isso significa uma injeção de renda potencial de
R$ 177.6 milhões somente por este grupo.Já os dados do Relatório de
Informações Sociais demonstram que existem 386.376 famílias alagoanas
recebendo o Bolsa Família e, portanto, aptas a receberem o auxílio
emergencial.
Contabilizando apenas este programa social, o valor
de R$ 600 significará uma injeção de R$ 231.8 milhões. O relatório traz,
ainda, dados relativos ao Cadastro Único (CadÚnico). Embora nem todos
que estão neste cadastro recebam o Bolsa Família, são pessoas que
possuem renda per capita compatível com os critérios estabelecidos pelo
governo para recebimento do auxílio. Isso representa 238.718 famílias no
CadÚnico (mas fora do Bolsa Família), com potencial injeção de renda de
R$ 170.2 milhões.
Somando-se as projeções de cada grupo, chega-se
ao montante de R$ 579.6 milhões mensais e, no acumulado, R$ 1,7 bilhão.
De acordo com o economista, do montante mensal, cerca de R$ 83.3
milhões devem circular em Maceió, já que existe na cidade 59.206
famílias inscritas no Bolsa Família e 79.651 que estão no CadÚnico sem
receberem nenhum benefício.
"Obviamente, o valor na capital a ser
percebido será ainda maior, já que existem trabalhadores informais,
autônomos, empregadores sem CNPJ e trabalhadores por conta própria sem
CNPJ também. Contudo, as planilhas da PNAD contínua, fornecidas pelo
IBGE, não descrevem o número desses trabalhadores na capital, como faz
nas planilhas para o Estado de Alagoas. Assim, podemos apenas analisar a
renda injetada pelos que estão cadastrados no CadÚnico", observa
Felippe.
Com base na mesma metodologia de análise do CadÚnico, o
assessor econômico da Fecomércio estimou o volume que deve circular em
Palmeira dos Índios, União dos Palmares, Penedo e Arapiraca; municípios
onde a Federação tem sindicato filiado.
Em Palmeira dos Índios,
com 17.522 inscritos no CadÚnico (entre Programa Bolsa Família e apenas
no cadastro), a injeção de renda será de R$ 10.5 milhões ao mês e R$
31.5 milhões no trimestre. Em União dos Palmares, com o alcance de
17.315 famílias, o volume estimado é de R$ 10.38 milhões ao mês e R$
31,14 milhões durante a vigência do auxílio. Com 16.204 famílias, Penedo
deve receber uma injeção de R$ 9.72 milhões ao mês, totalizando R$
29.16 em três meses. Por último, em Arapiraca, são 33.056 famílias
inscritas no CadÚnico, projetando cerca de R$ 19.8 milhões mensais e
59.4 milhões no trimestre.
Em termos absolutos, os valores são
significativos. Entretanto, o especialista lembra que, segundo
estimativa do Instituto Fecomércio-AL, um único mês de suspensão de
atividades em Alagoas dos setores não-essenciais significa deixar de
gerar riqueza no valor de R$ 1,6 bilhão. Já a injeção de renda
decorrente do auxílio emergencial em Alagoas, no trimestre, será de R$
1,7 bilhão que, em sua maior parte, deve ser destinado aos setores de
alimentação e farmácia.
Segundo ele, devido às limitações de dados
oferecidos pelo IBGE, não é possível precisar com exatidão o volume
injetado em cada município, pois os dados do CadÚnico são importantes,
mas insuficientes. "Não sabemos quantos informais, autônomos e
trabalhadores por conta própria, entre outros, vivem nesses municípios.
As estimativas que fixamos estes municípios representam o mínimo que
receberão, considerando o CadÚnico, mas certamente a circulação de renda
será maior", explica Felippe, acrescentando que isso não acontece com a
projeção para o Estado. "Conseguimos encontrar essas informações em
termos estaduais, o que nos permite precisar o valor que deverá circular
em Alagoas nos próximos três meses", complementa.
*COM INFORMAÇÕES DA ASSESSORIA DE IMPRENSA DA FECOMÉRCIO
GAZETAWEB.COM
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