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sábado, 22 de dezembro de 2012

Fotos Especiais!!!



O aposentado Valdir de Sena Monteiro completa 73 anos de vida. É de origem pernambucana, mas chegou a União dos Palmares em 1950 na companhia do patriarca da família de saudosa memória o empresário Severino de Souza Monteiro. Vieram para trabalhar na Usina Lajinha a convite do então jovem empresário João Lyra. A história de ‘seo’ Valdir poderia ser confundida com muitas outras de homem pacato do interior, não fosse seu passado funcional que teve inicio como tesoureiro da Usina Lajinha.


Na década de 60 foi talvez o primeiro morador de União dos Palmares a sofrer uma tentativa de assalto na estrada União/Maceió (era estrada carroçável) cuja agressão foi sofrida na passagem sobre a linha férrea no local conhecido como ‘Nicho” próximo de uma gigantesca ladeira calçada de pedras que dava acesso ao município de Messias. Valdir que conduzia considerável soma em dinheiro para o pagamento dos funcionários não se intimidou e seguiu o caminho até chegar a um lugar seguro.


No final de 1973 deixou a Lajinha para se tornar um próspero empresário. Fundou a histórica “Fábrica de Correntes” em parceria com seu pai e um irmão que a época chegou a empregar 150 funcionários e concorrer com grandes empresas do sul e sudeste do país que tentaram inclusive comprar a indústria palmarina que fabricava correntes industriais para uso em usinas de açúcar.


Veio a BR-104 e com ela o progresso desordenado associado à cobiça política detalhe que nunca despertou ‘seo’ Valdir para participar dela. Talvez a “quebra” da fábrica de correntes há 20 anos passado fosse uma premonição dos dias de hoje: empresas fechando, desestimulo ao comércio e impostos impraticáveis.


Sem concorrentes na região, Comercial e Industrial de Correntes Ltda. era a maior empresa do seu gênero no Nordeste. A lei de incentivos fiscais da época estipulava a isenção do ICM o que foi negado a “Fábrica de Correntes” pela então “Codeal” (que gerenciava o funcionamento das indústrias privadas, mas era um órgão do governo, portanto, político). 


A empresa necessitava para acompanhar a demanda de pedidos dinheiro para adquirir a matéria prima (na época, um milhão e quatrocentos mil reais), mas o Banco do Brasil também negou. E por fim a inflação foi parceira do fechamento da fábrica, e por conseqüência do desemprego de 150 excelentes profissionais e pais de família. Quase mil pessoas ficaram desamparadas temporariamente à época. Mas a fábrica vendeu seu patrimônio para honrar os encargos trabalhistas de todos.


‘Seo’ Valdir é aposentado pelo INSS. É casado com Maria de Lourdes Sena Monteiro com quem tem duas filhas e cinco netos. É normal vê-lo usando o que sempre souber fazer na vida: a simplicidade e a serenidade. É uma pena que os políticos da terra nada tenham feito para que este pernambucano radicalizado em União dos Palmares continuasse a gerar renda e emprego para a cidade. Aliás, isto é um fator comum ainda nos dias de hoje.


Os prédios da antiga fábrica estão maculados em sua originalidade. Uma escola, um futuro banco, uma indústria que também recentemente fechou e um posto de gasolina. Da ‘Fábrica de Correntes’ só o olhar saudoso e melancólico de “Seo” Valdir um dos maiores contribuintes para o desenvolvimento de União dos Palmares e hoje esquecido e porque não, invejado.

Site Tribuna União

Antiga CIC- Comercial e Industrial de Correntes

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