No Brasil, o Quilombo de Palmares foi o mais conhecido
Durante o período da escravidão, foi comum não apenas no Brasil, mas em
todo o continente americano, a existência de locais onde escravos de
origem africana, principalmente, se agrupavam após a fuga das fazendas e
engenhos. Além destes, também eram encontrados mestiços, minorias
indígenas e brancos pobres que, de alguma forma, acabavam rompendo com
os padrões sociais.
Em tais localidades, esses grupos mantinham-se distantes do centro da sociedade e passaram a criar formas próprias de relacionamento. Seus habitantes eram
denominados de quilombolas e até hoje há no Brasil remanescentes dessas
comunidades, presentes, em sua maioria, nos Estados das regiões Norte,
Nordeste, além de Minas Gerais.
A origem da formação dos quilombos encontra-se no tipo de vida a que
os escravos eram submetidos: exploração da força de trabalho, tratamento
desumano, constantes castigos e humilhações. Vistos tão somente como
objetos nas mãos de seus senhores, a vontade de alcançar a liberdade era
o estímulo fundamental para a fuga.
Longe do ambiente de opressão, os escravos experimentavam então um
modelo de vida livre e independente. Símbolo da resistência à tirania, o
quilombo era organizado de maneira que seus habitantes cultivavam seus
próprios alimentos por meio da plantação, além da realização de
atividades como caça, pesca e exploração da natureza. Vale ressaltar
ainda que a troca de produtos entre os diferentes núcleos era comum, o
que acabava permitindo uma maior integração e força entre os diversos
agrupamentos.
Os quilombos não possuíam um modelo físico definido. Os mais comuns
foram aqueles de menor extensão territorial. A explicação para essas
variações está no fato de que as comunidades surgiam e se espalhavam de
forma desregrada, sem planejamento ou previsão de seus moradores.
Importante lembrar que famílias quilombolas formaram-se nesses locais, o
que demonstra o grau de independência alcançado pelos quilombos.
Quilombo de Palmares
Aqui no Brasil, o quilombo de maior notoriedade foi o Quilombo de Palmares, localizado em Alagoas. Tendo por líder Zumbi, o Quilombo dos Palmares cresceu de tal forma que estimou-se a presença de mais de quinze mil indivíduos vivendo na comunidade. Seu crescimento foi tão significativo que passou a incomodar as autoridades brasileiras, estas, sentindo-se ameaçadas, realizaram diversas investidas na destruição do quilombo, até o alcance de tal objetivo nos fins do século XVII.
Embora contraditório, muitos quilombos possuíam escravos em sua
estrutura interna. O maior deles, o já citado Quilombo dos Palmares,
contava com uma infinidade de escravos. Tal fato acabou provocando uma
certa desmistificação da figura de Zumbi, que possuía diversos
privilégios semelhantes ao padrão de vida dos senhores proprietários das
grandes fazendas.
Atualmente, retomando o que foi dito inicialmente, ainda há
comunidades quilombolas espalhadas pelo Brasil. Esses agrupamentos
refletem traços centrais da nossa cultura e ajudam a ilustrar passagens
de suma importância da história brasileira. O Estado tem buscado um
maior reconhecimento de tais comunidades, principalmente na última
década, em que as reivindicações passaram a ser ouvidas um pouco mais.
Portanto, os quilombos representam locais em torno dos quais diversos
personagens da História viveram, se refugiaram, resistiram e tentaram
conviver de maneira mais digna.
Fonte: Colégio Web
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