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domingo, 20 de novembro de 2016

Por que não União dos Palmares? Dia da Consciência Negra

Este domingo dia 20 de novembro de 2016 completa 321 anos que foi dizimada a ‘República dos Palmares’ (localizada na Serra da Barriga no município de União dos Palmares – Alagoas a 75 quilômetros de Maceió) pelas tropas do português Domingos Jorge Velho cuja passagem foi registrada pela humanidade e perduram até os dias de hoje como um exemplo de luta e pujança pela Liberdade de um povo – no caso os africanos – escravizados e trazidos para o Brasil para trabalhar na agricultura pelo fato dos nativos – no caso os índios – ser inservíveis para o trabalho.

A história de Zumbi – como todas as outras deixou um legado de lendas e estórias com E, sem falar nas maldições que nas quais o povo africano acreditava. Uma dessas lendas revestidas de maldição perdura até os dias de hoje acompanhando o raciocínio do líder negro e seus seguidores. É que a Serra da Barriga foi escolhida por ser um local de difícil acesso. Seu solo (para os crédulos ‘sagrado’) até hoje não tem um acesso trafegável – mesmo no verão. Apenas uma estrada vicinal, perigosa, desprotegida de segurança em suas laterais e que no inverno se torna inviável para o transito de veículos motorizados.

A maldição, entretanto não se resume ao acesso viário. Tombada pelos órgãos competentes pela importância de sua história, foi fundada nos gabinetes com ar condicionado dos ministros e políticos onde é servido cafezinho feito em máquinas importadas, tapetes milionários e outras mordomias alheias a realidade da história de um povo e de uma época, a ‘Fundação Palmares’ que como a maior parte de suas congêneres tem como primordial finalidade direcionar para seus administradores e protegidos as verbas destinadas ao órgão ao cultivo e funcionalidade para o que lhe serviu de pretexto para sua fundação.

No final da época da Revolução Militar década de 80 foi aprovado um plano diretor cujo objetivo seria a preservação, manutenção e exploração turística do importante acervo histórico, e hoje, passados mais de 40 anos, nada de concreto do que foi aprovado foi realizado.

A ‘Serra da Barriga’ fincada no município de União dos Palmares a menos de 70 quilômetros do Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares no município de Rio Largo, servida pela BR 104 e Al 105 hoje vive seu dia de glória o que ocorre apenas um dia por ano quando deveria ser a redenção econômica do município palmarino e da região que todos os dias durante os 365 dias do ano recebe turistas das mais diversas etnias (de todo mundo) que quando chegam ao Platô do Parque (no verão) somente têm ao dispor uma vista exuberante de parte do Vale do Mundaú, um clima agradável e replicas de ocas onde presumivelmente residiam os Quilombolas.

O resto é mentira, fantasia, pretexto para se prestar conta das verbas destinadas ao monumento histórico e que nunca chegam a seu destino. A Fundação Palmares dorme em berço esplêndido a exemplo do negro africano Zumbi dos Palmares e seus seguidores.

Para ter uma visão mais ampla da história do que foi o maior foco de resistência à escravidão e luta pelos direitos igualitários para as pessoas de pele escura, até a história verdadeira de Zumbi foi ‘costurada’ pelos historiadores da atualidade beneficiando municípios como Viçosa que alega ter sido a Serra Dois Irmãos no município o local da morte do ‘Herói’ negro.

Quem é do século passado aprendeu como convicção verdadeira o que ensinaram os professores da época que ‘Zumbi ao se sentir derrotado pelas tropas portuguesas subiu a um elevado conhecido como ‘Pedra do Castigo’ na própria Serra da Barriga e disse uma frase que até hoje ecoa no vento constante que sussurra na serra: ‘Prefiro a Morte com a Liberdade que a Morte com a Escravidão’.

Dito isso, se atirou da pedra com mais de 100 metros de altitude. Esse é o final verdadeiro do negro que exemplificou para a posteridade a luta pela liberdade de um povo escravizado e oprimido. O resto é lenda, mentira fantasiosa apropriação indébita de uma história que pertence e é patrimônio do povo de União dos Palmares embora seus protagonista sejam africanos.

Em Maceió na praia de Cruz das Almas, em São Luiz do Maranhão, em toda Bahia, em Gramado no Rio Grande do Sul (onde existe o Parque Quilombo em homenagem a um negro foragido da Serra da Barriga), Rio, São Paulo, Illinois nos Estados Unidos, e em todos os lugares onde os administradores tem pelo menos estudos básicos – diferentemente de nossa cultura – existe o culto ao líder africanos que estrategicamente com seu povo escolheu a Serra da Barriga como local de resistência a escravidão.

Exemplo disso é a pobreza da programação elaborada para umas poucas pessoas que ainda cultuam o Quilombo dos Palmares no dia 20 de novembro. O assunto trem um fundamento tão serio que hoje quase nenhuma família palmarina visita o monumento histórico neste dia 20 a exceção de autoridades (para justificar o desperdício de verbas e fazer media politica) grupos de umbanda que também não vêm com bons olhos os viciados em drogas e outros segmentos sociais sem compromissos com nossa história. Essa é uma passagem triste, contemporânea e verdadeira da História de Zumbi.

Antonio Aragão nativo de União dos Palmares
Registro Profissional 363 Mtb-Al
Editoria TRIBUNA UNIÃO

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